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Registo de autoridade
RODRIGUES, Ada Natal
Pessoa singular · 19/02/1930 - 10/10/1991

Ada Natal Rodrigues nasce em Sacramento, Minas Gerais, no dia 19 de fevereiro de 1930. É filha de Eulógio Natal e Guiomar Natal.

Faz o curso primário na Escola Normal Municipal de Sacramento entre 1937 e 1941. Logo em seguida se transfere para o Colégio Estadual e Escola Normal de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, onde termina o clássico, em 1948. No mesmo ano, conclui o Curso de Formação de Professor Primário, no Colégio Nossa Senhora Auxiliadora, na mesma cidade. Durante esse período, participa do grêmio estudantil. Entre 1949 e 1952, cursa Licenciatura em Línguas Neolatinas na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras (FFCL) da Universidade de São Paulo (USP). No ano em que se forma, faz três especializações na mesma faculdade: "Filosofia Românica", "Língua e Literatura" e "Literatura Brasileira", começando também a dar aulas de português em escolas estaduais.

Após concluir sua formação, Ada é convidada para trabalhar como instrutora voluntária, na USP. Devido a necessidade de um trabalho remunerado, recusa o convite e inicia o trabalho como professora em uma escola de primeiro e segundo graus. Neste último nível, atua também em cursos de formação para professores de primeiro grau.

Em 1962, afasta-se do cargo e inicia um trabalho na Universidade de Brasília (UnB), tornando-se a responsável por planejar a instalação do Ensino de Nível Médio nessa universidade.

Em 1963, recebe o certificado de Pós-graduação em Linguística e, no ano seguinte, o de Pós-graduação em Teoria Literária, ambos pela UnB.

Entre 1963 e 1965, torna-se auxiliar do Prof. Nelson Rossi no Curso de Língua Portuguesa na UnB, lecionando em uma série de cursos.

Após o golpe de 1964 e à invasão do campus pelo Exército, em nove de abril de 1964, a liberdade de ação dos professores foi bastante cerceada, com vários professores sendo presos e departamentos sendo desmantelados.

Em 1965, seu afastamento no cargo como professora estadual não foi renovado e ela precisa se afastar da UnB, regressando a São Paulo.

Em 1966, não suportando as pressões policiais feitas contra sua família, muda-se para Lisboa, onde consegue um financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian, com um plano de estudos para realizar, na Universidade de Lisboa, uma edição crítica da obra "História da Língua Portuguesa", de Serafim da Silva Neto, sob orientação dos professores Nelson Rossi e L. F. Lindley Cintra.

No ano seguinte, é contemplada com uma bolsa de "Cooperation Technique" da Association pour l'Organisation des Stages Techniques en France (Governo Francês) para fazer, por dois anos, estudos de especialização em Linguística Geral na Universidade de Paris, sob orientação dos professores B. Pottier e I. S. Révah. Nesse período, faz o curso "Problème de Linguistique Générale" com Émile Benveniste no Collège de France. Também participa, em outras instituições, de cursos com os professores André Martinet, J. Dubois, A. Greimas, O. Ducrot, A. Gross e Salkoff.

De retorno ao Brasil, trabalha como auxiliar de ensino no Departamento de Linguística da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH) da USP entre 1969 e 1971.

Em 1971, é aposentada por motivos políticos em seu cargo no ensino médio e, em complemento, em qualquer cargo público que estivesse ocupando.

Entre 1970 e 1973, é técnica de pesquisa junto ao "Projeto de Estudo da Norma Linguística Culta", patrocinado pelo Programa Interamericano de Linguística e Ensino de Idiomas (PILEI).

Em 1973, doutora-se em Linguística pela USP com a tese "O dialeto caipira na região de Piracicaba". Publica-a no ano seguinte e conquista o Prêmio "Francisco Alves" da Academia Brasileira de Letras como melhor monografia sobre língua portuguesa.

Ao longo dos anos, ministra cursos, conferências e seminários em várias instituições do país. Trabalha como assessora e consultora para a Fundação para o Livro do Cego do Brasil, a Fundação Maranhense de Televisão Educativa, a Secretaria da Educação da Bahia, a Fundação Roberto Marinho e Fundação Padre Anchieta (Telecurso 2º Grau) e para a Fundação Carlos Chagas.

Era professora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), quando falece com seu marido, num acidente automobilístico em São Carlos, interior de São Paulo, no dia dez de outubro de 1991.

BIONDI, Aloysio
Pessoa singular · 08/07/1936 - 21/07/2000

Aloysio Biondi nasce em oito de julho de 1936 em Caconde, interior de São Paulo. Tendo passado a maior parte de sua infância e adolescência na cidade de São José do Rio Pardo, também no estado de São Paulo, conquista aos quinze anos o segundo lugar no "Concurso Pan-Americano", concurso de redação para estudantes. Como prêmio, tem seu texto publicado pela "Folha da Noite".

Jornalista econômico, Aloysio Biondi colabora durante 44 anos com reportagens e análises para jornais e revistas. Começa sua carreira profissional na "Folha da Manhã" (que depois se tornaria "Folha de São Paulo"), em 1956 e, em poucos meses, torna-se subchefe do Departamento de Revisões.

Durante a ditadura militar iniciada em 1964, participa ativamente da resistência. Na revista "Direção", consolida sua atuação como jornalista econômico e, em 1968, assume o cargo de editor de Economia da revista "Visão", onde vence um Prêmio Esso ao denunciar os impactos econômicos do desrespeito ao Meio Ambiente. Desde o lançamento de seu primeiro número, assume a direção da revista "Fator", no Rio de Janeiro. Imprime um caráter contundente à revista, que chega apenas até a terceira edição, sendo extinta com a promulgação do Ato Institucional nº5.

Em 1969, Aloysio Biondi inicia atividade profissional na revista "Veja", desenvolvendo uma cobertura pioneira do mercado de capitais. No início de 1971, muda-se novamente para o Rio de Janeiro, onde aceita o desafio de produzir um caderno econômico diário no jornal "Correio da Manhã".

Em 1972, assume a direção de redação do "Jornal do Comércio", que sob sua direção, é o primeiro diário a apontar a concentração de renda como um dos pilares do milagre econômico, que atingia seu auge naquele ano. Nesse mesmo período, passa a escrever e editar a seção de economia do semanário alternativo de esquerda "Opinião".

Em 1973, casa-se com Ângela Leite, com quem teria três filhos, entre 1976 e 1979: Pedro, Antônio e Beatriz.

Entre 1974 e 1976, Biondi assume a chefia da sucursal do Rio de Janeiro da "Gazeta Mercantil", engajando-se em um processo de remodelação e modernização do jornal, até ser convidado para desenvolver seu próprio projeto de jornalismo econômico como editor-chefe do "Diário de Comércio e Indústria", onde atua entre 1976 e 1978.

A terceira passagem de Biondi pela "Folha de São Paulo" se dá entre 1981 e 1985, atuando inicialmente como repórter e depois como editor de Economia. Esse período é marcado por intensos debates com economistas da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), que se opunham às suas análises de que a economia dava sinais de recuperação.

Durante a década de 1990, Biondi é uma das poucas vozes a se levantar contra a abertura econômica sem freios e a condução das privatizações. Colabora, nessa época, com uma série de veículos: "Folha de São Paulo", "Diário Popular", "Caros Amigos", "Revista dos Bancários" e "Revista Bundas", entre outros. Durante esse período, também escreve o livro "O Brasil Privatizado - Um Balanço do Desmonte do Estado", em que calcula o montante gasto e obtido pelo Governo com a venda das estatais.

Aloysio Biondi atua também na área da docência, sendo professor do curso de jornalismo da Faculdade Cásper Líbero, onde, pelo trabalho como editor do "Esquinas", o jornal da faculdade, recebe o Prêmio Líbero Badaró 2000, da "Revista Imprensa", na categoria Jornalismo Universitário. Nesse mesmo ano, a faculdade lhe outorga o título de professor honoris causa, reconhecendo que a ausência de curso superior não o desautorizava a ensinar em uma universidade.

Aloysio Biondi falece em 21 de julho de 2000.

PEREIRA, Armando de Campos
Pessoa singular

Natural de Salvador, Armando de Campos Pereira exerce, durante a vida, as atividades de médico legista, jornalista, perito em medicina legal e bibliotecário.

Em 1911, também desempenha a função de auxiliar acadêmico do Instituto Nina Rodrigues, vinculado à Faculdade de Medicina da Bahia, auxiliando o Dr. Oscar Freire de Carvalho na instalação do Serviço Médico Legal da Bahia. Em 1915, passa de auxiliar médico da seção de Estatística Demográfico - Sanitária, ao cargo de médico verificador de óbitos e logo depois passa para o cargo de médico legista. Até 1918, exerce a função de preparador extraordinário da Faculdade de Medicina da Bahia. Em 1920, é exonerado do cargo.

No ano de 1925, Armando de Campos Pereira é jornalista do jornal "A Tarde". No mesmo ano, é diretor interino do Instituto Nina Rodrigues. Em 1934, é nomeado chefe da Divisão de Biblioteca e Cinema Escolares do Departamento de Educação do Distrito Federal. Em 1950, ocupa o cargo de médico legista no Departamento Federal de Segurança Pública.

CASTILHO, Ataliba Teixeira de
Pessoa singular · 01/04/1937 -

Filho de Luiz Antônio de Castilho e Edith Teixeira de Castilho, Ataliba Teixeira de Castilho nasce no dia primeiro de abril de 1937, em Araçatuba, interior de São Paulo.

Sua formação acadêmica, realizada na Universidade de São Paulo (USP), compreende: Licenciatura em Letras Clássicas (1959), Especialização em Filologia Românica (1960) e Doutorado em Linguística (1966), orientado por Theodoro Henrique Maurer Junior.

Ataliba Teixeira de Castilho inicia sua carreira acadêmica em 1961, como professor titular da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília, integrada posteriormente à Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho" (UNESP), onde permanece até 1975. Em 1969, é um dos fundadores do Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo (GEL), sendo eleito seu primeiro presidente. Participa também da Comissão de Organização da Associação Brasileira de Linguística (ABRALIN), integrando seu Conselho Científico. Entre 1983 e 1985, é presidente da ABRALIN. Ainda em 1969, torna-se um dos delegados brasileiros junto ao Programa Interamericano de Linguística e Ensino de Idiomas (PILEI) e membro da Associação de Filologia e Linguística da América Latina (ALFAL).

Em 1970, Ataliba Teixeira de Castilho é professor visitante na University of Texas at Austin e passa a coordenar, primeiro ao lado de Isaac Nicolau Salum, depois de Dino Preti, o "Projeto de Estudo da Norma Urbana Culta da Cidade de São Paulo" (Projeto NURC-SP). Em 1975, assume o cargo de professor titular no Instituto de Estudos da Linguagem, da Universidade Estadual de Campinas (IEL - UNICAMP).

Em 1981, realiza pós-doutorado como bolsista da Comissão Fulbright, na Cornell University e na University of Texas at Austin. Em 1988, torna-se coordenador geral do "Projeto de Gramática do Português Falado", cujos resultados são publicados pela Editora da UNICAMP, a partir de 1990. Ainda em 1990, faz pós-doutorado na Université D'aix Marseille e preside, na UNICAMP, a Comissão Organizadora do IX Congresso Internacional da ALFAL.

Em 1991, aposenta-se na UNICAMP e, em 1992, vincula-se como professor doutor assistente na USP, local em que, no ano seguinte, torna-se livre-docente em Filologia e Linguística Portuguesa. Em 1995, faz pós-doutorado no Institute of Linguistics. Dois anos depois, faz pós-doutorado na Università degli Studi di Padova. No mesmo ano, cria e coordena o "Projeto de História do Português de São Paulo". Em 1998, também cria e coordena o "Projeto para a História do Português Brasileiro". Entre 2000 e 2001, realiza pós-doutorado na University of California San Diego e, entre 2004 e 2008, na Georgetown University, ambas nos EUA. Em 2006, torna-se assessor linguístico do Museu da Língua Portuguesa. No mesmo ano, coordena junto à outros pesquisadores a publicação do primeiro volume da Gramática do Português Culto Falado no Brasil, publicada pela editora da UNICAMP.

No ano seguinte, aposenta-se compulsoriamente, permanecendo, entretanto, como professor senior na USP e como professor colaborador voluntário na UNICAMP.

Ao longo de sua trajetória profissional, Ataliba Teixeira de Castilho realiza diversas atividades junto a entidades de fomento científico, como a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP). Escreve, até o momento, uma vasta obra, distribuída entre livros, comunicações, artigos em revistas científicas, nacionais e estrangeiras, e capítulos dispersos em obras organizadas por terceiros. Em 2010, lança a Nova Gramática do Português Brasileiro. Atualmente, é editor geral da obra coletiva "História do Português Brasileiro", em andamento. É membro do corpo editorial das seguintes revistas: Alfa (Revista de Linguística da UNESP), Linguística (Revista da Associação de Linguística e Filologia da América Latina), Revista do GEL, Cadernos de Estudos Linguísticos (UNICAMP), Filologia e Linguística Portuguesa (USP). Tem desenvolvido pesquisas na área de Linguística do Português, com ênfase nas seguintes áreas: descrição da língua falada, sintaxe funcionalista do português brasileiro, história do português brasileiro e análise multissistêmica do português brasileiro.

NURC
CELANI, Maria Antonieta Alba
Pessoa singular · 09/12/1923 - 16/11/2018

Filha de Ferruccio Celani e Maria A. R. Celani, Maria Antonieta Alba Celani nasce em nove de dezembro de 1923, na cidade de São Paulo. Descendente de imigrantes italianos, cresce tendo contato com o idioma italiano e o dialeto veneziano, o que desperta seu interesse por línguas.

Inicia os estudos acadêmicos na área das Humanidades ao ingressar no curso de Licenciatura em Letras Anglo Germânicas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1943. Conclui a graduação em 1946 e, em 1955, obtém uma bolsa do Conselho Britânico para cursar um ano de Especialização em ensino de inglês como língua estrangeira no Instituto de Educação da Universidade de Londres, na Inglaterra. Em 1957, inicia o Doutorado em Letras Anglo Germânicas na PUC-SP, concluindo-o em 1960 com a tese "A Obra Poética de W. H. Davies". Entre 1963 e 1964, cursa uma nova Especialização no English Language Institute, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Nos anos de 1995 e 1997, realiza pós-doutorado na Universidade de Liverpool.

Em 1954, ingressa na carreira docente na PUC-SP. Com o auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), cria em 1969 o Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada e Ensino de Línguas (LAEL), pioneiro em toda a América Latina na área da Linguística Aplicada. Maria Antonieta Celani coordenará durante dez anos esse Programa, que posteriormente tem a denominação atualizada para Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, mantendo a sigla LAEL.

Ao longo de sua trajetória profissional, realiza diversas contribuições em projetos para o ensino instrumental de línguas estrangeiras. Em 1970, cria o Projeto Nacional Inglês Instrumental em Universidades e Escolas Técnicas Brasileiras/ Projeto Ensino de Inglês Instrumental em Universidades Brasileiras. Reconhecido nacional e internacionalmente, o Projeto tem grande impacto na educação nacional, envolvendo mais de vinte universidades, agências de fomento científico como a FAPESP e a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além do Conselho Britânico. Como parte desse Projeto, Maria Antonieta Celani cria em 1985 o Centro de Pesquisas, Recursos e Informação em Leitura (CEPRIL), vinculado à PUC-SP e ao LAEL. Em 1995, cria o Programa de Formação Contínua do Professor de Inglês: um Contexto para a Reconstrução da Prática, parceria entre a Associação Cultura Inglesa São Paulo, a PUC-SP, a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e a Secretaria de Educação do Município de São Paulo. Tornado mais recentemente o curso de Especialização em Práticas Reflexivas de Ensino-Aprendizagem de Inglês na Escola Pública, esse Programa é dedicado exclusivamente à formação de professores da rede pública de ensino.

Na área dos periódicos científicos, é membro do corpo editorial de diversas revistas, entre estas, "DELTA", "Revista Brasileira de Linguística Aplicada", "Trabalhos em Linguística Aplicada" e "The ESPecialist". Publica em coorganização diversos livros, entre os quais "The Brazilian ESP Projetct: an evaluation" (1988), "Linguística Aplicada: da Aplicação da Linguística à Linguística Transdisciplinar" e "ESP in Brazil: 25 years of reflection and evolution" (2005). Também organiza obras de referência nas áreas do ensino de língua estrangeira e Linguística Aplicada, como "Professores e formadores em mudança: relato de um processo de reflexão e transformação da prática docente" (2003), "A Abordagem instrumental no Brasil. Um projeto, seus percursos e seus desdobramentos" (2009), e "Reflexões e ações (trans)formadoras no ensino-aprendizagem de inglês" (2010).

Em reconhecimento a sua atuação em prol do ensino de inglês no Brasil, recebe em 1978 o título de "Officer of the British Empire". Em 2003, recebe o título de Professora Emérita da PUC-SP. Em sua homenagem, são publicados diversos livros no Brasil e no exterior, entre os quais se destacam "Reflections on Language Learning" (1994), "Linguística Aplicada na Modernidade Recente - Festschrift para Antonieta Celani" (2013) e "Maria Antonieta Alba Celani e a Linguística Aplicada: pesquisadores multiplicadores em (inter)ações" (2013).

Maria Antonieta Alba Celani falece na cidade de São Paulo, em 16 de novembro de 2018.