Benedito Evangelista nasceu em 28 de fevereiro de 1902 na fazenda Rio das Cabras, distrito de Sousas, em Campinas, São Paulo, onde seu pai fora escravo. Estudou no Colégio São Benedito, tendo como colegas Lix da Cunha e Moisés Lucarelli, tornando-se, depois, professor e diretor na mesma instituição. Ingressou no Corpo de Bombeiros, onde permaneceu por sete anos, até 1947, chegando ao posto de sargento. Trabalhou, ainda, na Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, como mecânico de máquina. Foi membro ativo das entidades negras fundadas na cidade, entre as quais a Corporação Musical Campineira dos Homens de Cor, a Liga Humanitária dos Homens de Cor e a Federação Paulista dos Homens de Cor, da qual foi presidente. Casado com Risoleta de Lima, teve dois filhos, José Benedito Evangelista e Maria José Evangelista Antualpa. Benedito Evangelista faleceu em Campinas no ano 2000.
O Prof. Dr. Bernardo Beiguelman (1932-2010), natural de Santos–SP, é amplamente reconhecido como um dos pioneiros da Genética Médica no Brasil. Sua atuação visionária na área deixou um legado significativo na pesquisa, no ensino e na estruturação da genética médica no país.
Trajetória Acadêmica
Formado em História Natural pela USP (1953), obteve o título de Doutor em Ciências Biológicas pela mesma instituição em 1961 e tornou-se Livre-docente em Genética pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP em 1969. Beiguelman fundou em 1963 o Departamento de Genética Médica da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (FCM/Unicamp), o primeiro no Brasil dedicado exclusivamente à área. Além disso, criou o Ambulatório de Genética Clínica em 1969, consolidando a genética como parte essencial da prática médica.
Na Unicamp, foi também o primeiro Pró-Reitor de Pós-Graduação e atuou como professor e coordenador do Departamento de Genética Médica até sua aposentadoria em 1997. Em reconhecimento por suas contribuições, foi nomeado Professor Emérito da Unicamp em 2004.
Contribuições Científicas
As pesquisas de Beiguelman abordaram temas inovadores e de grande impacto na genética médica e na saúde pública. Entre seus trabalhos mais notáveis estão:
- Resistência e suscetibilidade hereditária à hanseníase (lepra): pioneiro no estudo da influência genética na vulnerabilidade à doença.
- Genética antropológica: estudos sobre diversidade genética de populações brasileiras.
- Epidemiologia de gêmeos: pesquisas que ampliaram o entendimento sobre a biologia da reprodução humana.
- Epidemiologia genética na Amazônia: investigações sobre doenças transmissíveis comuns na região.
Seus estudos trouxeram informações importantes sobre a interação entre genética e saúde, ajudando a moldar políticas públicas e estratégias de prevenção.
Reconhecimentos e Participações
Dr. Beiguelman acumulou uma série de homenagens e títulos ao longo de sua carreira. Ele foi:
- Conselheiro da Organização Mundial da Saúde (OMS) entre 1972 e 1992.
- Presidente da Sociedade Brasileira de Genética e da Associação Latino-Americana de Genética (1970-1972).
- Membro Titular da Academia Brasileira de Ciências e da Academia de Ciências do Estado de São Paulo.
- Recebeu a Comenda da Ordem Nacional do Mérito Científico (2004) e a Medalha do CNPq (1981), além de homenagens em diversos eventos científicos e placas comemorativas na Unicamp.
Legado
O trabalho de Bernardo Beiguelman não apenas abriu caminhos para o desenvolvimento da Genética Médica no Brasil, mas também contribuiu para o avanço global na compreensão de doenças hereditárias e transmissíveis. Seu impacto vai além da pesquisa, refletindo-se na formação de gerações de profissionais e no fortalecimento da ciência brasileira.
Cacilda Lanuza de Godoy Silveira, filha de José De Albuquerque Silveira e Lanuza de Godoy Silveira, nasceu em Campina Grande, em 1 de setembro de 1930 e faleceu em São Paulo, em 17 de junho de 2018. Mãe de Sevani e Marcelo e avó de Amanda, Gabriel, Rafael e Tomás, Cacilda Lanuza foi atriz de rádio, cinema, televisão e teatro. Desde 1978, aposentada de sua profissão, dedicou-se integralmente às questões ambientais, principalmente à luta antinuclear. Organizou o primeiro evento público em defesa das baleias no Brasil em 1979. Autora e intérprete da peça “Verde que te Quero Verde”, em 1982 escreveu o livro “A Semente na Palma da Mão”, também de informações ecológicas. Fundou e presidiu por 13 anos o Grupo Seiva de Ecologia, cujo “boletim” também elaborava. Teve atuação decisiva na inclusão do Artigo 204, de proibição da caça, na Constituição de São Paulo em 1989, após longa e árdua batalha. Recebeu do CGE - Grupo Consciência Ecológica, o título de General na Ecologia. Foi mencionada no livro “Galeria dos Ecologistas” em 1997.
Carlos Ricardo Rosa é um músico, regente e professor com uma formação acadêmica e artística de destaque, especialmente ligado à Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Sua trajetória combina uma sólida formação em música, incluindo performance, regência e composição, com uma graduação em Física, demonstrando um perfil multifacetado.
Formação Musical
Carlos Ricardo Rosa iniciou seus estudos musicais em 1986, destacando-se por sua dedicação a diversas áreas da música:
- Flauta doce: Estudou com Alexander Amaral e Valéria Bittar.
- Análise, harmonia e composição: Recebeu orientação de Maria Helena Rosas Fernandes e outros renomados professores.
- Percussão: Aprendeu com Glória Pereira da Cunha e André Juarez.
- Técnica vocal e canto: Estudou com Cecília Valentim, Adriana Giarola e Niza Tank.
- Regência coral e orquestral: Aprofundou-se com mestres como Kay Brown, Eduardo Navega, Benito Juarez e o sueco Erik Westberg.
Possui formação acadêmica diversificada:
- Bacharel em Música – Regência pela Unicamp (1996).
- Bacharel em Física pela Unicamp (1998).
- Mestre em Artes – Música, com pesquisa em Estruturação Musical, também pela Unicamp (1998), sob a orientação da Profa. Maria Lúcia Pascoal.
- Atualmente, realiza seu Doutorado em Música, complementando sua extensa trajetória acadêmica.
Atuação Artística
Rosa desenvolveu um trabalho consistente como regente, compositor e solista. Entre suas realizações:
- Atuou em grupos de música antiga, como Pró-Música Antiga, Banda Modalis e Trio Ars Camjaraunis, explorando repertórios da Idade Média, Renascença, Barroco e do século XX.
- Foi tenor solista na Missa em Sí Bemol Maior (1801) de Padre José Maurício, sob regência de Déborah Rossi (1992).
Como regente, dirigiu peças icônicas, incluindo:
- Cantatas de Johann Sebastian Bach, como BWV 106 Actus Tragicus e BWV 56 Ich Will den Kreuzstab gerne tragen.
- Ópera Dido e Aeneas de Henry Purcell (1995).
- Obras orquestrais como a Sinfonia nº 4 de Robert Schumann (1996).
- Grandes peças sacras como o Gloria de Antonio Vivaldi (2000).
Contribuições à Unicamp
Carlos Ricardo Rosa tem uma ligação profunda com a Unicamp, onde dirigiu importantes grupos musicais, como:
- Coral Recital/ITAL.
- Coral Vozes/Unicamp, com o qual lançou, em 2001, o CD Coletânea.
Além disso, liderou o Coral Vozes/FCM/Unicamp na conquista do 1º lugar no I Festival de Artes do Trabalhador do Serviço Público (2001), destacando-se pela qualidade de sua regência.
Legado
A trajetória de Carlos Ricardo Rosa combina excelência artística e acadêmica, consolidando-o como uma referência na regência coral e na música erudita brasileira. Sua contribuição vai além das apresentações, impactando a formação musical de novos talentos e promovendo a música como um elemento transformador na sociedade.
Edgard Cavalheiro nasce em Espírito Santo do Pinhal (SP), no dia 6 de julho de 1911, filho de Nicolau Cavalheiro e de Rosa Ferriani Cavalheiro.
Em 1925, conclui a quarta série primária no Grupo Escolar Dr. Almeida Vergueiro, em sua cidade natal. No primeiro semestre de 1927 estuda na Escola de Comércio Bento Quirino, em Campinas, e no segundo, na Escola de Comércio Álvares Penteado, na capital do Estado, cidade onde passa a residir juntamente com o pai, a mãe e seis irmãos após a falência do comércio da família. Abandona o terceiro ano do ginásio e deixa definitivamente de estudar, ao menos como aluno em instituição de ensino regular.
No início da década de 1930, após trabalhar na São Paulo Railway, Edgard Cavalheiro passa a atuar como funcionário do Banco do Estado de São Paulo e tem um de seus primeiros escritos publicados, o poema “Baile na roça”, em A Juventude, de Mogi Guaçu.
O ano de 1933 marca o início de um período de produção ininterrupta em periódicos, o que faz com que Cavalheiro não fique um só ano sem publicar ao menos um artigo na imprensa nacional.
No final dos anos de 1930, participa da constituição do “Grupo da Baruel”, um dos espaços de sociabilidade intelectual da cidade de São Paulo, que ensejou o surgimento do jornal literário “Roteiro: quinzenário de cultura”, de curta trajetória. Faziam parte do Grupo da Baruel, principalmente: Edgard Cavalheiro, Mário da Silva Brito, Jamil Almansur Haddad, Rossine Camargo Guarnieri e Fernando Góes.
No início dos anos de 1940, Edgard deixa o emprego no Banco do Estado para atuar no campo editorial, na Livraria Martins Editora, em São Paulo. Em 1940, publica seu livro de estreia: a biografia do poeta romântico Fagundes Varela, pela Livraria Martins Editora.
Em 14 de março de 1942 é fundada a Sociedade dos Escritores Brasileiros (SBE), e Edgard Cavalheiro compõe a Comissão de Distribuição de Livros e Controle de Vendas, da primeira diretoria da entidade. No mesmo ano, a Sociedade torna-se Associação Brasileira de Escritores (ABDE). Como integrante da Comissão de Direitos Autorais, em janeiro de 1945, Cavalheiro participa do 1º Congresso Brasileiro de Escritores.
Em 1943, passa a ocupar o cargo de gerente comercial da Livraria do Globo, do Rio Grande do Sul, na filial da capital paulista.
Em 1946, participa da fundação da Câmara Brasileira do Livro (CBL); em 1950 torna-se diretor e assume a presidência da entidade para o biênio 1955-1957. Durante sua gestão, ocorrem as discussões para a criação do prêmio literário Jabuti, realizado a partir de 1959.
Na metade dos anos de 1950, desliga-se da Livraria do Globo, auxilia na criação da editora Cultrix e funda sua própria editora na capital de São Paulo, a Companhia Distribuidora de Livros (CODIL), que dirige até sua morte.
Publica entre outros, as obras “Fagundes Varela” (1940), “Testamento de uma Geração” (1944), “Biografias e Biógrafos”, “Garcia Lorca, Evolução do conto brasileiro” (1952) e sua obra mais conhecida: “Monteiro Lobato - Vida e Obra” lançada em dois volumes em 1955. Sua obra escrita compreende oito livros de autoria própria, a participação em 51 obras de autoria coletiva, quatro traduções e cerca de 930 artigos em periódicos nacionais.
Falece em São Paulo no dia 30 de junho de 1958.
Fundado em 12 de maio de 1978, em São Paulo, o Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA-SP) foi constituído por representantes de entidades, sobretudo sindicais, que formavam núcleos profissionais dentro da organização. Em julho de 1978, divulgou uma carta de princípios e seu programa mínimo de ação. Em setembro do mesmo ano, diversos CBAs participaram do “I Encontro Nacional de Movimentos pela Anistia”, aprovando a Carta de Salvador, a qual explicitava os objetivos da anistia ampla, geral e irrestrita, e reivindicava liberdades democráticas e reformas políticas. O encontro também deliberou pela realização, no mês seguinte, do “I Congresso Nacional pela Anistia”, em São Paulo. Celeste Fon atuou na Comissão de Familiares de Presos Políticos do Comitê Brasileiro pela Anistia (CBA-SP), envolvida na luta de seus familiares, os prisioneiros políticos Antonio Antonio Carlos Fon e Aton Fon Filho. Aton Fon Filho foi, no final de 1969, preso e torturado por sua atuação na Ação Libertadora Nacional (ALN), organização comandada por Carlos Marighella. Após permanecer por quase uma década em cárcere, formou-se em Direito e passou a advogar em favor de causas e movimentos sociais, tais como o Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), especializando-se em conflitos agrários e direitos de populações tradicionais. Também foi membro da Rede de Advogados Populares, atuando como advogado de militantes e presos políticos. Mesmo tendo sido libertado ainda durante o período militar, Aton Fon só foi legalmente anistiado em outubro de 2013, pela Caravana da Anistia.
Clovis Alfredo Carvalho Casemiro (1958- ) é profissional do turismo brasileiro desde 1979, tendo atuado como gerente de diversas redes de hotéis. Trouxe ao Brasil o primeiro encontro de Turismo Gay e Lésbico Internacional, em 1997. Foi diretor da Associação Internacional de Turismo Gay e Lésbico (IGLTA) entre os anos 1998 e 2002, embaixador da mesma organização entre os anos 2007 e 2009 e membro do comitê da Convenção da IGLTA de 2012, em Florianópolis. Desde 1997 atua na área de turismo LGBT e participa de vários encontros neste segmento.