Ataliba Teixeira de Castilho é natural de Araçatuba-SP e se formou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade de São Paulo (USP) . É cientista pioneiro da Unicamp, professor titular do Departamento de Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) entre 1975 e 1991. Foi presidente da Comissão Central da Biblioteca da Unicamp e responsável por iniciativas para a construção do atual prédio da Biblioteca Central. Coordenou o Centro de Informação e Difusão Cultural (CIDDIC), órgão complementar da Reitoria posteriormente desmembrado em Sistemas de Bibliotecas e Coordenadoria do Sistema de Arquivos (SIARQ). Iniciou a carreira de professor de Língua Portuguesa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Marília-SP (1961-1975) e passou por diversas instituições, como Universidade do Texas, Universidade Federal de Santa Catarina, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FFLCH/USP). É sócio-fundador da Associação Brasileira de Lingüística (ABRALIN) e do Grupo de Estudos Lingüísticos do Estado de São Paulo (GEL).
Sérgio Pereira da Silva Porto nasceu em 19 de janeiro de 1926, em Niterói, Rio de Janeiro. Bacharelou-se em química no ano de 1946 e licenciou-se na mesma área no ano seguinte. Em 1954 obteve seu título de PhD na Johns Hopkins University, em Baltimore, com a tese “Infrared Spectrum of Molecular Hydrogen”. Entre 1954 e 1960 Sérgio Porto deu aula de física no Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) até começar seus trabalhos com raio laser no Bell Laboratories, em New Jersey nos Estados Unidos no começo de 1960, sendo um dos pioneiros nos estudos do raio na medicina, e ainda lá, junto de seus colegas, um dos primeiros a fazer uso efetivo de lasers para a espectroscopia Raman (quando foi criada a Notação de Porto, uma forma de apontar a configuração de uma experiência que se utiliza do método Raman). Em 1967 deixou o laboratório para dar aulas de física e engenharia elétrica na University of Southern California, onde ficou até 1974, quando voltou para o Brasil e fundou o Departamento de Eletrônica Quântica (DEQ) na UNICAMP. Aqui realizou experiências com laser em cirurgias de oftalmologia, sendo as primeiras em Campinas para o tratamento de glaucoma. Sérgio Porto trabalhou, também, com oftalmologistas do Instituto Penido Burnier onde mais de 1 mil pacientes com retinopatias diabéticas foram tratados, segundo o Jornal do Brasil. Ainda segundo o periódico Sérgio Porto teria orientado 16 teses de doutoramento, apresentado 60 trabalhos científicos e acumulado 133 publicações científicas. Sérgio Porto era conhecido por sua risada e pelo entusiasmo em suas pesquisas e faleceu por um acidente cardíaco em 19 de junho de 1979 enquanto jogava uma partida de futebol no intervalo da 6ª Vavilov Conference on Coherent and non Lineas/optics, em Novisibirsk, na então União Soviética. Sua perda foi lamentada por diversos nomes da ciência brasileira, como César Lattes e Newton Bernardes. Zeferino Vaz, que convidou Sérgio Porto para voltar ao Brasil quando este ainda estava nos Estados Unidos, disse: “quando o convidei para a Unicamp, era chefe do Departamento de Eletrônica Quântica da Universidade de Southern California e participava na NASA na construção do laser que a Apolo 12 deixou na lua” (fala retirada da reportagem do Jornal do Brasil). Sérgio Porto apareceu em 15º lugar na lista O Brasileiro do Século da revista Istoé, junto com nomes como Oswaldo Cruz, Santos Dumont e Paulo Freire.
Paulo Menotti Del Picchia nasce na capital paulista, no dia 20 de março de 1892, filho do jornalista Luiz Del Picchia e de Corina Del Corso Del Picchia, ambos italianos.
Em 1897, Menotti Del Picchia muda-se com a família para Itapira, SP, onde se matricula, três anos depois, no Grupo Escolar "Dr. Júlio Mesquita". Em 1904, inicia o curso ginasial no "Culto à Ciência", em Campinas, SP, concluindo-o no Ginásio Diocesano "São José", em Pouso Alegre, MG. Em 1909, retorna à São Paulo, ingressando na Faculdade de Direito do Largo São Francisco.
No início de 1912, casa-se com Francisca da Cunha Rocha Sales e, em dezembro desse mesmo ano, nasce o primeiro filho do casal: Ulpiano. No ano seguinte, Del Picchia forma-se em Direito e estreia na literatura com o livro "Poemas do Vício e da Virtude".
Em 1914, Menotti Del Picchia passa a residir em Itapira, SP, cidade em que desenvolve as atividades profissionais de advogado, dirigindo também o jornal "Diário de Itapira". Nesse mesmo ano, nasce o seu segundo filho, Hélio Celso. No ano seguinte, em que nasce a filha Wanda Elza, Picchia funda o jornal "O Grito!". Logo em seguida, em 1916, nasce a filha Maria Astyris. No mesmo ano, o jornal "O Grito!" tem seu nome alterado para "Tribuna Itapirense". É também em Itapira que Menotti Del Picchia escreve os poemas "Moisés" e "Juca Mulato", publicados em 1917. No ano seguinte, nasce mais uma filha, Myriam Semíramis. Também em 1918, Del Picchia muda-se sozinho para São Paulo, mas, não alcançando o lugar que lhe fora prometido no "Correio Paulistano", transfere-se para Santos, onde trabalha como redator-chefe de "A Tribuna". Nessa cidade, convive com Ribeiro Couto, Afonso Schmidt, Galeão Coutinho, Vicente de Carvalho, Martins Fontes, Valdomiro Silveira, Paulo Gonçalves e Ibrahim Nobre.
Em 1919, Menotti Del Picchia conhece Oswald de Andrade e Mário de Andrade e, juntamente com o primeiro, "descobre" o escultor Vitor Brecheret. No ano seguinte, retorna à capital paulista, assumindo a direção do jornal "A Gazeta" e tornando-se redator do "Correio Paulistano". Com seu irmão José, monta a Independência Filme, empresa cinematográfica que produz os primeiros filmes falados no Brasil. Ainda em 1920, Del Picchia desenvolve outras atividades: instala uma fábrica de relógio para torres de igrejas; funda, com Oswald de Andrade, a revista literária "Papel e Tinta"; publica seu terceiro livro de poesia, "Máscaras", e também seu primeiro romance, "Flama e Argila". Em sua segunda edição, em 1927, Del Picchia mudaria o título desse romance para "A Tragédia de Zilda", e, posteriormente, novamente o reeditaria com o primeiro título. Em 1921, ano em que sua peça "Suprema Conquista" é encenada no Teatro Municipal de São Paulo, Del Picchia publica os romances "Laís" e "A Suprema Façanha", além de "O Pão de Moloch", livro de crônicas.
Em 1922, Menotti é um dos articuladores da Semana de Arte Moderna, coordenando a segunda noite do evento. No mesmo ano, nasce a filha Sulamita Célia. Já em 1923, publica um novo livro de crônicas, "O Nariz de Cleópatra". Em 1924, Del Picchia publica um livro de contos, "O Crime Daquela Noite", e cria, com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, o "Grupo Verde-amarelo" (agremiação político-literária de tendência nacionalista que se opunha ao movimento Pau-Brasil de Oswald de Andrade). No ano que segue, publica "Chuva de Pedra".
Em 1926, Menotti Del Picchia é eleito Deputado Estadual. No ano seguinte, em que nasce seu sétimo e último filho, Mário Fúlvio, publica as obras: "Poemas de Amor"; "Por amor ao Brasil"; e, em parceria com Cassiano Ricardo e Plínio Salgado, "O Curupira e o Carão". Em 1928, consegue se reeleger Deputado, também publicando as obras: "Amores de Dulcinéia"; "República dos Estados Unidos do Brasil"; "O Momento Literário Brasileiro"; e, em parceria com Alfredo Ellis Jr., "O Tesouro de Cavendish". No ano seguinte, é eleito para a Academia Paulista de Letras e publica, no "Correio Paulistano", o "Manifesto do Verde-Amarelismo", com Plínio Salgado e Cassiano Ricardo.
Em 1930, perde seu mandato de Deputado e publica o romance "A República 3000", posteriormente intitulado "A Filha do Inca". No ano seguinte, publica "A Crise da Democracia". Em 1932, é secretário do Governador Pedro de Toledo e participa da Revolução Constitucionalista. Nesse mesmo ano, publica o ensaio "A Revolução Paulista" e o romance "A Tormenta". Convidado por Assis Chateaubriand, trabalha nos jornais "Diário de São Paulo" e "Diário da Noite", também dirigindo a revista "A Cigarra" e publicando as revistas "São Paulo" e "Nossa Revista". No ano seguinte, é preso com Chateaubriand pela polícia política de Getúlio Vargas e publica: "O Despertar de São Paulo"; "Poesias"; "Pelo Divórcio"; "Viagens de João Peralta e Pé-de-Moleque"; "No País das Formigas"; e "Jesus", poema sacro encenado no Teatro Municipal de São Paulo dois anos depois.
Em 1936, publica "Kalum, o Mistério do Sertão". Em 1937, funda, com Cassiano Ricardo e Cândido Mota Filho, o Movimento Bandeira, dirigindo, ao lado dos mesmos personagens, o jornal "Anhanguera", órgão do Movimento. No ano que segue, publica "Kummunká" e, em 1940, "Salomé", romance com o qual receberia, dois anos depois, o Grande Prêmio da Academia Brasileira de Letras (ABL), onde, pouco tempo depois (1943), tomaria posse. Em meados de 1947, participa em Buenos Aires do Congresso de Escritores e Livreiros da América Latina, na função de delegado brasileiro.
Em 1950, Menotti Del Picchia ingressa no Partido Trabalhista Brasileiro e é eleito Deputado Federal por São Paulo. Na eleição seguinte, quatro anos depois, é reeleito.
Sua peça "A Fronteira" é encenada no Rio de Janeiro por Eva Todor e sua companhia, em 1955. Nos próximos três anos, a Livraria Martins Fontes publica as suas "Obras Completas". Em 1958, Del Picchia torna-se Primeiro Suplente de Deputado Federal e, dois anos depois, assume o cargo. Concorreria às eleições também em 1962, mas, não se reelegendo, encerra a carreira política. Em 1959, Menotti Del Picchia recebe homenagens no Rio e em São Paulo, em decorrência das comemorações de seu jubileu literário. No mesmo ano, publica "Sob o Signo de Polimnia".
Em 1967, morre sua esposa e, no ano seguinte, casa-se com Antonieta Rudge Miller, com quem viverá até a morte dela, em 1974. Ainda em 1968, publica "O Deus sem rosto" e é eleito "Intelectual do Ano" (Prêmio Juca Pato). Entre 1970 e 1972, publica a primeira e a segunda etapa de "A Longa Viagem" (memórias). Em 1978, lança "Entardecer, antologia de prosa e verso". Quatro anos mais tarde, é eleito Príncipe dos Poetas Brasileiros, sendo o quarto e último recebedor deste título que pertencera antes a Olavo Bilac, Alberto de Oliveira e Olegário Mariano. Em 1984, recebe o Prêmio Moinho Santista, na categoria Poesia.
Em 1987, é inaugurada em Itapira, SP, a Casa de Menotti Del Picchia. No ano seguinte, Del Picchia falece em São Paulo, no dia 23 de agosto.
Filho de João Tarallo e Ida Cavalli Tarallo, Fernando Luiz Tarallo nasce em 22 de abril de 1951 em Louveira, na época distrito de Vinhedo.
Entre 1966 e 1968, Tarallo frequenta o curso Clássico do Colégio Estadual Prof. José Romeiro Pereira, na cidade de Jundiaí, onde conhece o então professor de Latim Carlos Franchi, que mais tarde vem a ser seu colega de departamento no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL), da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Fernando Luiz Tarallo se gradua em Licenciatura em Letras (Português, Alemão e Latim), na Universidade de São Paulo (USP), em 1974. Como forma de se sustentar em São Paulo durante a graduação, ministra aulas em cursos supletivos e de segundo grau, além de aulas particulares. Ainda durante a graduação, integra a primeira equipe de documentadores do Projeto de Estudo da Norma Urbana Linguística Culta da Cidade de São Paulo, constituída por Ada Natal Rodrigues, na qual atua até 1973.
Terminada a graduação, ministra cursos de língua alemã, na Faculdade Ibero-Americana de Letras e Ciências Humanas, em São Paulo, entre 1975 e 1976. No ano de 1976, leciona também na Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Araraquara.
Entre 1976 e 1977, cursa especialização em Germanística na Universidade Albert-Ludwig, em Freiburg im Breisgau, Alemanha. Em 1978, é aprovado com distinção no mestrado em Língua e Literatura Alemãs pela USP, de onde segue para a Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, aproximando-se de Gillian Sankoff, William Labov e Anthony Kroch, que orientam seu doutorado em Linguística, obtido em 1983, com a tese "Relativization strategies in brazilian portuguese".
De volta ao Brasil, Tarallo leciona Sociolinguística na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), entre 1983 e 1987. Ingressa no quadro docente do Departamento de Linguística da UNICAMP em 1983. Nesse Departamento, desenvolve com plenitude sua carreira de professor (Sociolinguística, Linguística Histórica, Sintaxe) e de pesquisador. Entre 1986 e 1989, realiza estágios de pós-doutorado na Universidade da Cidade de Nova Iorque, no Seminário de Romanística da Universidade de Hamburgo e na Universidade de Ottawa.
A partir de 1988, passa a integrar o "Projeto de Gramática do Português Falado", desenvolvendo a atividade de coordenador do grupo de trabalho de Sintaxe II, juntamente com a professora Mary Kato. Durante sua docência, orienta dezessete dissertações de mestrado e três teses de doutorado. Também escreve as obras: "A Pesquisa Sociolinguística" (1985); "Falares Crioulos: Línguas em Contato", em coautoria com Tânia Alkmin (1987); e "Vozes e Contrastes: Discursos no Campo e na Cidade", em coautoria com Eni Orlandi e Eduardo Guimarães (1989). Trata-se, esse último, da publicação dos resultados do projeto de pesquisa "Produtividade e/ou Criatividade: um estudo da linguagem cotidiana da zona rural em situação de contato", um projeto interdisciplinar e de integração entre a UNICAMP e a comunidade, proposto pela professora Eni Orlandi, no âmbito de um Projeto Global do Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação - NEPA, na UNICAMP. Organiza ainda o livro "Fotografias Sociolinguísticas" (1989).
Em 1990, publica o livro "Tempos Linguísticos". No mesmo ano, torna-se livre-docente na UNICAMP, com a média dez. Ao longo de suas atividades, escreve 23 ensaios para revistas nacionais e estrangeiras, e participa ativamente de inúmeros congressos no país e no exterior. Em 1991, é contemplado com uma Bolsa de Reconhecimento Acadêmico "Zeferino Vaz".
Fernando Luiz Tarallo falece em sete de abril de 1992.
Filha de Ferruccio Celani e Maria A. R. Celani, Maria Antonieta Alba Celani nasce em nove de dezembro de 1923, na cidade de São Paulo. Descendente de imigrantes italianos, cresce tendo contato com o idioma italiano e o dialeto veneziano, o que desperta seu interesse por línguas.
Inicia os estudos acadêmicos na área das Humanidades ao ingressar no curso de Licenciatura em Letras Anglo Germânicas na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 1943. Conclui a graduação em 1946 e, em 1955, obtém uma bolsa do Conselho Britânico para cursar um ano de Especialização em ensino de inglês como língua estrangeira no Instituto de Educação da Universidade de Londres, na Inglaterra. Em 1957, inicia o Doutorado em Letras Anglo Germânicas na PUC-SP, concluindo-o em 1960 com a tese "A Obra Poética de W. H. Davies". Entre 1963 e 1964, cursa uma nova Especialização no English Language Institute, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. Nos anos de 1995 e 1997, realiza pós-doutorado na Universidade de Liverpool.
Em 1954, ingressa na carreira docente na PUC-SP. Com o auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), cria em 1969 o Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada e Ensino de Línguas (LAEL), pioneiro em toda a América Latina na área da Linguística Aplicada. Maria Antonieta Celani coordenará durante dez anos esse Programa, que posteriormente tem a denominação atualizada para Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada e Estudos da Linguagem, mantendo a sigla LAEL.
Ao longo de sua trajetória profissional, realiza diversas contribuições em projetos para o ensino instrumental de línguas estrangeiras. Em 1970, cria o Projeto Nacional Inglês Instrumental em Universidades e Escolas Técnicas Brasileiras/ Projeto Ensino de Inglês Instrumental em Universidades Brasileiras. Reconhecido nacional e internacionalmente, o Projeto tem grande impacto na educação nacional, envolvendo mais de vinte universidades, agências de fomento científico como a FAPESP e a Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), além do Conselho Britânico. Como parte desse Projeto, Maria Antonieta Celani cria em 1985 o Centro de Pesquisas, Recursos e Informação em Leitura (CEPRIL), vinculado à PUC-SP e ao LAEL. Em 1995, cria o Programa de Formação Contínua do Professor de Inglês: um Contexto para a Reconstrução da Prática, parceria entre a Associação Cultura Inglesa São Paulo, a PUC-SP, a Secretaria de Estado da Educação de São Paulo e a Secretaria de Educação do Município de São Paulo. Tornado mais recentemente o curso de Especialização em Práticas Reflexivas de Ensino-Aprendizagem de Inglês na Escola Pública, esse Programa é dedicado exclusivamente à formação de professores da rede pública de ensino.
Na área dos periódicos científicos, é membro do corpo editorial de diversas revistas, entre estas, "DELTA", "Revista Brasileira de Linguística Aplicada", "Trabalhos em Linguística Aplicada" e "The ESPecialist". Publica em coorganização diversos livros, entre os quais "The Brazilian ESP Projetct: an evaluation" (1988), "Linguística Aplicada: da Aplicação da Linguística à Linguística Transdisciplinar" e "ESP in Brazil: 25 years of reflection and evolution" (2005). Também organiza obras de referência nas áreas do ensino de língua estrangeira e Linguística Aplicada, como "Professores e formadores em mudança: relato de um processo de reflexão e transformação da prática docente" (2003), "A Abordagem instrumental no Brasil. Um projeto, seus percursos e seus desdobramentos" (2009), e "Reflexões e ações (trans)formadoras no ensino-aprendizagem de inglês" (2010).
Em reconhecimento a sua atuação em prol do ensino de inglês no Brasil, recebe em 1978 o título de "Officer of the British Empire". Em 2003, recebe o título de Professora Emérita da PUC-SP. Em sua homenagem, são publicados diversos livros no Brasil e no exterior, entre os quais se destacam "Reflections on Language Learning" (1994), "Linguística Aplicada na Modernidade Recente - Festschrift para Antonieta Celani" (2013) e "Maria Antonieta Alba Celani e a Linguística Aplicada: pesquisadores multiplicadores em (inter)ações" (2013).
Maria Antonieta Alba Celani falece na cidade de São Paulo, em 16 de novembro de 2018.
Nascida em 27 de março de 1939, em Belo Horizonte, Lucy Soares Ferreira (que após o casamento substitui esse sobrenome pelo o de Seki), é a terceira filha de Maria Odete e Aristides Soares Ferreira. Linguista, pesquisadora e professora universitária, torna-se uma das maiores referências na área da Linguística Antropológica, especializando-se nas línguas Kamaiurá (família Tupi-Guarani) e Krenak (tronco Macro-Jê), com as quais trabalhou ao longo de quatro décadas.
Sua trajetória no Ensino Superior é inaugurada em 1960, ao graduar-se em História na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Posteriormente, muda-se para Moscou (na época, pertencente à União Soviética) e realiza o Mestrado (1969) e o Doutorado (1973) em Filologia na Universidade Patrice Lumumba e o Pós-doutorado na Universidade do Texas, nos Estados Unidos (1986).
Durante a permanência em território soviético, sua família enfrenta a perseguição política da ditadura militar iniciada em 1963: nesse processo, diversos livros que possuía foram escondidos ou queimados pela família. Em 1973, Seki retorna ao Brasil, tendo dificuldades para ingressar no mercado de trabalho devido ao período que esteve em Moscou.
Em 1974, casa-se com o japonês Hiroshi Seki, com quem posteriormente tem os filhos Augusto Hiroyuki Seki e Célia Harumi Seki.
Em 1977, passa a lecionar no Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no qual posteriormente se afirma como titular da área de Linguística Antropológica/Línguas Indígenas.
Seu interesse acerca das línguas indígenas inicia-se em 1968, quando auxilia a antropóloga Carmem Junqueira (professora titular e emérita da PUC-SP) em um trabalho de campo na comunidade indígena Kamaiurá. Durante os próximos vinte anos, realiza estudos encomendados pela FUNAI sobre a língua Krenak (que incluem o levantamento de dados linguísticos para o estudo da história e interferência sofrida a partir do contato com a língua portuguesa). Retoma o trabalho no Xingu a partir de 1987, iniciando pelas línguas que corriam maior risco de extinção (como Yawalapiti, Panará e Juruna).
Ao aliar sólida formação teórica a um prolongado trabalho de campo, contribui significativamente para o conhecimento de diversas línguas indígenas, seja em decorrência de seus próprios trabalhos ou das diversas orientações realizadas em nível de Mestrado e Doutorado. Suas preocupações com línguas em situação de risco refletem-se no amplo trabalho realizado com o Krenak, língua então em acelerado processo de extinção. Em 2000, publica a "Gramática da língua Kamaiurá, língua Tupi-Guarani do Alto Xingu" (Editora da Unicamp/ Imprensa Oficial do Estado de São Paulo), primeira gramática abrangente de uma língua indígena brasileira realizada por um autor brasileiro. Em 2012, publica "O que Habitava a boca de nossos ancestrais" (Museu do Índio - FUNAI), coletânea que reúne narrativas Kamaiurá registradas ao longo de quarenta anos de pesquisa com os anciãos do grupo.
Ao longo da carreira, também desenvolve e assessora projetos para a formação de professores indígenas, à exemplo do Formação de Professores Indígenas de Rondônia, Formação de Professores Indígenas do Parque do Xingu e Formação de Professores Indígenas Kayapó, Panará e Tapatuna Goronã. Ao utilizar metodologias que buscam engajar os falantes no processo educativo para romper com a assimetria de poder existente na prática escolar, essas metodologias partem do universo sociocultural dos próprios falantes para a criação de alfabetos e elaboração de materiais didáticos. Nesse sentido, também é responsável pela organização da obra "Linguística Indígena e Educação na América Latina" (1993) e uma das responsáveis pela criação do Centro de Estudos de Línguas e Culturas Ameríndias (CELCAM) e da revista acadêmica "Línguas Indígenas da América do Sul" (LIAMES), um periódico científico dedicado exclusivamente às línguas indígenas do continente. Em 2010, Lucy Seki é eleita membro honorário da Linguistic Society of America, como forma de reconhecimento às relevantes contribuições feitas na área.
Faleceu no dia 23 de junho de 2017, na cidade de Campinas, aos 78 anos de idade.
Filha de Annemarie Grünfeld e Paul Grünfeld, Ingedore Grünfeld Villaça Koch nasce em 22 de setembro de 1933 em Eisenach, na Alemanha. Em 1939, pouco antes da Segunda Guerra Mundial, seus pais se veem forçados a emigrarem para o Brasil e, juntamente com Ingedore, na ocasião com cinco anos de idade, fixam residência na cidade de São Paulo.
Ingedore inicia os estudos acadêmicos em 1952, ao cursar Direito na Universidade de São Paulo (USP). Durante o curso, frequenta encontros promovidos pelo Centro Acadêmico "XI de Agosto", escrevendo poemas que vêm a ser publicados nos jornais da Faculdade e na Revista "XI de Agosto". Ingedore, no entanto, não exercerá a carreira do Direito e, ao concluir o curso, em 1956, interrompe os estudos universitários por dezesseis anos. Ainda em 1955, naturaliza-se brasileira e, em 1957, casa-se com o advogado Luís Carlos Villaça Koch, com quem terá dois filhos.
Em 1972, ingressa na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras "Castro Alves", obtendo em 1974 a licenciatura plena em Letras: Português - Língua e Literatura. Em 1975, inicia na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) o mestrado em Ciências Humanas: Língua Portuguesa, defendendo a dissertação "Os Sintagmas preposicionados como modificadores nominais" no ano de 1977. Em 1981, torna-se doutora pelo mesmo Programa e Instituição, com a tese "Aspectos da Argumentação em Língua Portuguesa", que efetivamente inaugura seus trabalhos na área de produção e compreensão textual. Realiza o pós-doutorado entre janeiro e julho de 1992, na Universität Tübingen, na Alemanha.
Com quinze anos de idade, paralelamente ao curso ginasial, Ingedore inicia sua atividade como professora, ministrando aulas particulares de línguas (Português, Latim, Francês e Inglês) e Matemática. Ao longo da vida, trilhou duas carreiras consecutivas e completas em Instituições de Ensino Superior: primeiramente na PUC/SP e, posteriormente, na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). Ainda durante o mestrado, em 1976, inicia a carreira profissional na área de Morfossintaxe do Português na PUC-SP, mesma instituição na qual obterá o título de professora titular, em 1986. Tendo atuado por dez anos na PUC-SP (1976-1986) e sido professora visitante na Universidade Estadual de Londrina (UEL), em 1986, Ingedore ingressa em 1987 no Departamento de Linguística do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL-UNICAMP). No IEL-UNICAMP, Ingedore desenvolve pesquisas na área da Análise do Discurso, onde introduz a linha de pesquisas em Linguística Textual. Sua produção científica contempla a formulação de hipóteses e propostas concretas para a aplicação dos conceitos de Linguística Textual ao ensino de Língua Portuguesa, favorecendo a formulação de práticas de ensino-aprendizagem direcionadas à produção e compreensão de textos. Titula-se professora livre-docente em 1990 e professora titular em 1999, e ao se aposentar, em 2003, prossegue sua atuação como professora colaboradora do Instituto. Ao longo da carreira, notabiliza-se por suas investigações e publicações, formando inúmeros pesquisadores, participando de mais de duzentas bancas de mestrado e doutorado e orientando ou coorientando dezenas de dissertações e teses na UNICAMP e em outras instituições. Ingedore também escreve mais de uma centena de capítulos de livros e artigos, e publica mais de vinte obras que se tornam bibliografia frequente nos cursos de Letras em todo o país. Dentre seus livros, estão: "Argumentação e linguagem" (1984); "A Coesão textual" (1989); "A Inter-ação pela linguagem" (1992); "O Texto e a construção dos sentidos" (1997); "Desvendando os segredos do texto" (2002); "Introdução à linguística textual: trajetória e grandes temas" (2004); "As Tramas do texto" (2008); além de outras obras escritas em coautoria, como "A Coerência textual" (1989), "Referenciação e Discurso" (2005), "Ler e compreender: os sentidos do texto" (2006), "Ler e escrever: estratégias de produção textual" (2009) e o volume I da obra "Gramática do português culto falado no Brasil" (2006).
Em 2017, é premiada com o título de Pesquisadora Emérita do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), concedido a pesquisadores brasileiros ou estrangeiros pelo conjunto de suas obras científico-tecnológicas e pelo renome alcançado junto à comunidade científica nacional. Em sua homenagem, foi publicado o livro "Linguística textual: interfaces e delimitações. Homenagem a Ingedore Grünfeld Villaça Koch" (2018).
Ingedore Grünfeld Villaça Koch falece no dia quinze de maio de 2018, aos 85 anos.
Francisco Foot Hardman nasce na capital paulista, em 23 de fevereiro de 1952, filho de Eloy Hardman Cavalcante de Albuquerque e Diva Foot Hardman.
Francisco Foot Hardman divide o ensino fundamental entre a Escola Conselheiro Lafayette (1959-1962) e o Colégio Santa Cruz (1964-1967), onde também cursa o ensino médio (1968-1970). Entre 1971 e 1974, bacharela-se em Ciências Sociais, na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) e, na mesma Instituição, torna-se mestre em Ciência Política, cursando o mestrado entre os anos de 1975 e 1980. Faz também a licenciatura em Ciências Sociais, na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), entre 1977-1979.
Inicia sua carreira profissional ainda na época da graduação, atuando como monitor no Colégio Santa Cruz e como professor em "O curso" - Cursos Vestibulares. Já no período da pós-graduação, passa a lecionar nos colégios Palmares e Industrial IADÊ e nas Faculdades Integradas Alcântara Machado, além de fazer parte da Coordenação Editorial da Kairós Livraria e Editora.
Em 1980, ingressa na carreira docente na qualidade de professor adjunto no Departamento de Ciências Sociais do Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). No ano seguinte, ingressa no doutorado em Filosofia na Universidade de São Paulo (USP), defendendo a tese "Trem Fantasma: Espetáculos do maquinismo na transição à modernidade", sob a orientação da Profa. Dra. Maria Sylvia Carvalho Franco, em 1986. A tese é publicada dois anos depois.
Em 1982, em parceria com Victor Leonardi, lança "História da Indústria e do Trabalho no Brasil: das Origens aos Anos Vinte" e, no ano seguinte, "Nem Pátria, Nem Patrão: Vida Operária e Cultura Anarquista no Brasil". Em 1985, publica com Antonio Arnoni Prado "Contos Anarquistas: Antologia da Prosa Libertária no Brasil (1901-1935)".
Em 1987, deixa a UFPB e ingressa na UNICAMP como professor do Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL - UNICAMP). Uma de suas primeiras atividades na nova Instituição é coordenar a Comissão de Elaboração do Regulamento Geral do Centro de Documentação Cultural "Alexandre Eulalio" (CEDAE). No período entre 1989 e 1991, ocupa o cargo de coordenador do CEDAE, faz pós-doutorado no College International de Philosophie (França) e atua como professor visitante na Università di Roma La Sapienza.
Em 1994, obtém o título de livre-docência, com a tese "Brutalidade antiga e outras passagens". Entre 1991 e 1995, ocupa o cargo de Diretor Associado do IEL, ao lado do Prof. Dr. Rodolfo Ilari. Em 1995, é professor visitante na Freie Universität Berlin, onde ministra aulas na graduação e pós-graduação, desenvolvendo o projeto "La Présence de la Poétique des Ruines dans la Conception d'Histoire des Écrivains Brésiliens Fin-de-Siècle (1880-1920)" junto à Maison des Sciences de L'Homme (França). Nos anos 2000, atua em universidades estadunidenses, sendo professor visitante da University of California at Berkeley (2000) e da University of Texas at Austin (2003 e 2006), onde desenvolve pesquisa sobre a obra poética de Euclides da Cunha. Entre 2013 e 2014, faz pós-doutorado na Università di Bologna.
Entre suas publicações mais recentes, estão: "A Vingança da Hileia: Euclides da Cunha, a Amazônia e a Literatura Moderna" (2009), "Contos anarquistas: temas e textos da prosa libertária no Brasil - 1890-1935" (2011) e "Escritas da Violência", este último organizado com Marcio Seligmann e Jaime Ginzburg (2012).
Além de sua atuação como orientador e supervisor de trabalhos acadêmicos nas áreas de Letras, Ciências Sociais e História, o titular também é membro do conselho editorial das revistas "Journal of Latin American Cultural Studies" (Londres), "Rivista di Studi Portughesi e Brasiliani" (Pisa-Roma), "O Olho da História" (Salvador) e "Crítica Marxista" (Campinas). Junto à imprensa, atua como editorialista do jornal "Folha de S. Paulo" (1983-1985), tendo também colaborado como ensaísta no caderno "Aliás" do jornal "O Estado de S. Paulo" (2004-2012).
Cyro de Mello Pimentel nasce em São Paulo, no dia 22 de outubro de 1926, filho de Diógenes de Mello Pimentel e de Maria Aparecida Barros Pimentel.
Faz os estudos primários no Grupo Escolar São Paulo e os secundários no Ginásio Anchieta, ambos na cidade natal.
Em 1943, matricula-se na Escola Técnica de Comércio "Carlos de Carvalho", diplomando-se contador.
Inicia sua carreia profissional trabalhando no comércio. Torna-se funcionário do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de São Paulo, chegando ao cargo de Diretor da Divisão de Finanças, onde permanece até sua aposentaria em 1985.
Em 1948, estreia na literatura com o livro "Poemas", lançado pelo Clube de Poesia de São Paulo.
No ano seguinte, participa da Primeira Semana dos "Novíssimos", no Clube dos Artistas de São Paulo, ao lado de Hilda Hilst, Radha Abramo, Décio Pignatari, Paulo Vanzollini, Reynaldo Bairão, entre outros.
Em 1976, em conjunto com Domingos Carvalho da Silva e Afrânio Zuccolotto, funda a "Revista de Poesia e Crítica".
Publica apenas mais quatro títulos de poesia, todos pelo Clube de Poesia de São Paulo: "Espelho de cinzas" (1952), "Signo terrestre" (1956), "Árvore nupcial" (1966) e "Poemas atonais" (1979), recebendo, com este último, o Prêmio Pen Clube de São Paulo.
Em 1985, lança uma antologia com seus cinco livros: "Paisagem Céltica", editado por Roswitha Kempf Editores.
No ano seguinte, é eleito para a Academia Paulista de Letras. Colaborou com vários periódicos, entre eles, "Letras e Artes" e "Revista da Semana", ambos do Rio de Janeiro; o "Caiçara", de Marília, interior de São Paulo; "O Estado de São Paulo" e "Revista Branca", de São Paulo.
Falece no dia 7 de fevereiro de 2008.
