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Mario Mantovani
Persona · 1940 - 2010

O professor e médico Dr. Mario Mantovani (1940 - 2010) é figura de grande destaque na medicina brasileira. Nascido em 21 de julho de 1940, em Uberaba (MG), filho de imigrantes italianos, ele formou-se em Medicina pela Escola Paulista de Medicina, atual UNIFESP, em 1968. No ano seguinte, ingressou na Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde consolidou sua trajetória acadêmica e profissional. Concluiu seu doutorado em 1973, tornou-se professor em 1978, quando obteve a Livre Docência em Cirurgia, e alcançou o título de Professor Titular em 1993.

Pioneirismo na Cirurgia de Trauma

Dr. Mantovani foi um entusiasta da Cirurgia de Urgência e Trauma, tendo criado, em 1987, a Disciplina de Cirurgia do Trauma na Unicamp. Este marco resultou na estruturação do atendimento a casos de urgências traumáticas e não traumáticas no Hospital de Clínicas da universidade, além da criação de uma enfermaria e um ambulatório específicos, que se tornaram referência nacional em ensino e pesquisa. Ele também foi responsável por ministrar disciplinas fundamentais, como Suporte Básico de Vida, Técnica Cirúrgica e Cirurgia do Trauma, contribuindo diretamente para a formação de gerações de médicos.

Legado Acadêmico e Científico

Dr. Mantovani desempenhou papel crucial na formação acadêmica e científica no Brasil. Criou a Residência Médica em Cirurgia do Trauma na Unicamp, voltada à especialização em atendimento a traumas e cirurgias de urgência. Fundou o LICIT (Laboratório de Investigação em Cirurgia do Trauma), localizado no Núcleo de Medicina e Cirurgia Experimental da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, que se tornou um centro de referência em pesquisas experimentais, formando diversos alunos de iniciação científica, mestres e doutores.
Sua contribuição científica é notável: publicou 230 artigos, editou 12 livros, escreveu 149 capítulos de obras, orientou 25 teses de mestrado e doutorado e participou de inúmeras bancas avaliadoras em instituições de todo o país. Organizou 20 congressos nacionais e cinco internacionais, consolidando sua liderança e influência na área.

“Pai das Ligas do Trauma”

Dr. Mantovani é reconhecido como o "pai das Ligas do Trauma" no Brasil. Ele fundou e incentivou a criação dessas ligas em diversas instituições, promovendo a especialidade de forma inovadora e eficiente. Em sua homenagem, ligas em São Paulo, Espírito Santo e Rio de Janeiro levam seu nome. Foi presidente do primeiro Congresso Brasileiro das Ligas do Trauma (CoLT), realizado em Campinas em 1999, além de presidir outros eventos de grande porte, como o X CoLT e o XXI Panamerican Trauma Congress em 2008, que marcaram a história da Sociedade Brasileira de Atendimento Integrado ao Traumatizado (SBAIT).

Contribuições Administrativas e Reconhecimentos

Na Unicamp, ocupou cargos administrativos de destaque, incluindo a presidência do Comitê de Ética, a direção do Departamento de Cirurgia e a superintendência do Hospital de Clínicas. Como presidente da SBAIT em três gestões e da Comissão Especial Permanente de Trauma do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, ele consolidou a relevância do Brasil no cenário internacional.
Recebeu 34 homenagens ao longo da vida, sendo 18 delas de turmas de formandos de medicina, um reflexo de seu impacto como educador. Reconhecido por sua dedicação ao ensino, ética profissional e valorização da relação médico-paciente, Dr. Mario Mantovani deixa um legado inestimável, inspirando gerações de profissionais.
Sem dúvida, sua trajetória é um exemplo de excelência e compromisso com a medicina, a pesquisa e a educação, fazendo dele uma referência nacional e internacional em Cirurgia do Trauma e Urgência.

Sérgio Buarque de Holanda

Sérgio Buarque de Holanda, jornalista, crítico literário, sociólogo e historiador, nasceu na cidade de São Paulo em 1902. Fez o curso primário na Escola Caetano de Campos e o secundário no Ginásio de São Bento. Formou-se na Faculdade de Direito do Rio de Janeiro, em 1925. Embora não tivesse participado da Semana de Arte Moderna em 1922, tornou-se o representante da revista Klaxon, editada em São Paulo pelos modernistas. Com Prudente de Morais Neto e Afonso Arinos de Melo Franco, publicou a revista Estética (1924). Colaborou com regularidade no Jornal do Brasil e na Revista do Brasil (2ª fase). Permaneceu na Alemanha, de 1928 a 1930, como correspondente dos Diários Associados. Inaugurando a Coleção Documentos Brasileiros dirigida por Gilberto Freyre, publica em 1936, seu primeiro livro, Raízes do Brasil. Foi professor da Universidade Federal do Distrito Federal (1936), chefe da Seção de Publicações do Instituto Nacional do Livro (1937-1944), diretor da Divisão de Consultas da Biblioteca Nacional (1946-1958), professor de História da Civilização Brasileira da USP (1956) - função em que se aposentou exercendo o cargo de chefe do Departamento de História do Brasil (1968). Foi presidente da Associação Brasileira de Escritores (1946 e 1947) e da Seção Regional de São Paulo da mesma entidade (1950). Trabalhou como crítico literário do Diário de Notícias (1943-1944) e do Diário Carioca (1951-1952). Reuniu em volume uma seleção de artigos de jornal, sob o título Cobra de vidro (1944) e publicou em 1945 o livro Monções, sobre a história paulista. Participou, sucessivamente, de três comitês da Unesco, em Paris, e pronunciou uma série de conferências na Sorbonne. Participou, também, em 1950, do Primeiro Seminário Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, em Washington, além dos Colóquios Luso-Brasileiros, em Salvador (1959), e nas Universidades de Harvard e Columbia (1966). Na Itália (1953-1954) lecionou na Universidade de Roma, na cadeira de Estudos Brasileiros. Participou do IX Rencontres Internationales de Geneve, com a conferência L´ Europe et le Nouveau Monde. Publicou em 1957, o livro Caminhos e Fronteiras. Entrou para a Academia Paulista de Letras, em 1958, na vaga de Afonso de E. Taunay. Com a tese Visão do Paraíso (os motivos edênicos no descobrimento e colonização do Brasil), efetiva-se por concurso na Faculdade de Filosofia da USP, para reger a cátedra de História da Civilização. O texto corrigido e ampliado foi editado em 1959 pela Coleção Documentos Brasileiros. Foi diretor do Instituto de Estudos Brasileiros da USP (1962-1964). A convite da Universidade do Chile (Centro de Investigações de História Americana), ministrou curso e organizou seminários de História do Brasil. A convite do governo norte-americano, em 1965, percorreu várias universidades fazendo conferências e participando de seminários nas universidades de Columbia, Harvard e Califórnia (Los Angeles). Como Professor Visitante esteve na Universidade de Indiana e na New York State University. Aposentado em 1969, não interrompeu suas atividades como escritor, continuando à frente de publicações como a História Geral da Civilização Brasileira, da História do Brasil e da História da Civilização (coleção Sérgio Buarque de Holanda), entre outras atividades. Publicou, em 1975, Velhas Fazendas e, em 1979, Tentativas de Mitologias. Recebeu em 1980 dois prêmios: o Juca Pato, da União Brasileira dos Escritores, e o Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro. Em 1986 foi publicado a sua obra póstuma O Extremo Oeste. Foi casado com Maria Amélia Alvim Buarque de Holanda e teve sete filhos: Heloísa Maria, Sérgio, Álvaro Augusto, Francisco, Maria do Carmo, Ana Maria e Maria Cristina. Faleceu na cidade de São Paulo, onde residia, em 24 de abril de 1982.