O início do que viria a ser o Grupo SOMOS, considerado o primeiro coletivo paulista de militância homossexual, remonta à maio de 1978 quando um pequeno grupo de homens homossexuais decidiu se reunir periodicamente a fim de discutir questões relacionadas à homossexualidade. A proposta era possibilitar o encontro desses indivíduos para além dos ambientes habituais de sociabilidade e proporcionar um espaço em pudessem relatar suas histórias, trocar experiências e desenvolver uma maior conscientização sobre a própria sexualidade. Os encontros foram denominados “reuniões de identificação” e aconteciam, na maioria das vezes, nas residências dos próprios integrantes. A primeira manifestação pública desse grupo ocorreu através da divulgação de uma carta de protesto dirigida ao Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de São Paulo, na qual reclamavam da forma sensacionalista e preconceituosa com que a imprensa retratava os homossexuais. Receosos de se exporem ao grande público, seus membros optaram por assinar o documento com o nome coletivo “Núcleo de Ação pelos Direitos dos Homossexuais”. Em fins de agosto de 1978, o grupo promoveu uma reunião ampliada para outros homossexuais no Teatro da Praça, no bairro paulistano de Santa Cecília. Como forma de acolher novos participantes, foi proposta a criação de vários subgrupos de identificação sendo que, periodicamente, haveria uma reunião geral com a participação de todos. Em dezembro do mesmo ano, foi rebatizado como Grupo SOMOS de Afirmação Homossexual, em alusão ao título da primeira revista homossexual da América Latina, publicada em 1973 pela Frente de Liberación Homosexual da Argentina. Em fevereiro de 1979, participou de um debate público sobre grupos sociais discriminados no Brasil (negros, mulheres, indígenas e homossexuais), realizado no campus da Universidade de São Paulo (USP). Sua atuação nas discussões sobre homossexualidade foi um grande marco na história do grupo, que nessa época estava próximo de completar um ano de existência. A partir desse evento, mais pessoas passaram a fazer parte do SOMOS, inclusive mulheres e, ao final do primeiro semestre daquele ano, suas reuniões juntavam quase uma centena de participantes. O grupo fazia ampla divulgação de suas atividades no jornal carioca “Lampião da Esquina”, criado um mês antes do SOMOS e que também contava entre seus editores com um membro fundador do grupo, o escritor João Silvério Trevisan. No entanto, o relacionamento de alguns integrantes do SOMOS com o periódico acabou se tornando um dos muitos focos de tensão que começaram a surgir dentro do grupo. Apesar de seu aspecto positivo, o crescimento do número de participantes tornava cada vez mais evidente a pluralidade de opiniões e posições políticas entre seus membros. Entravam em conflito duas visões de como deveria ser, de fato, a atuação do coletivo: se ater às questões exclusivamente relacionadas à experiência homossexual ou alinhar-se também às demais pautas do campo da esquerda junto de outras organizações políticas. Além disso, as mulheres, que já haviam organizado um subgrupo lésbico-feminista dentro do SOMOS, reclamavam da falta de representação de suas demandas específicas enquanto mulheres lésbicas e também do comportamento machista por parte de diversos homens do grupo. Logo após a realização do “I Encontro Brasileiro de Homossexuais” e do “I Encontro de Grupos Homossexuais Organizados” em abril de 1980, o SOMOS sofre um grande racha onde diversos integrantes comunicam a sua saída do grupo. Os dissidentes seriam responsáveis pela criação de dois novos coletivos: o Grupo Ação Lésbica Feminista (GALF) e o Grupo Outra Coisa – Ação Homossexualista. Após esse episódio e nova reestruturação interna, o SOMOS finalmente conseguiu estabelecer-se em uma sede na Rua Abolição, no bairro da Bela Vista, local onde promoveu inúmeras atividades como festas, debates e até um clube de cinema. Também passou a publicar o boletim “O Corpo” e participou de ações conjuntas do movimento homossexual como manifestações em repúdio à violência policial contra homossexuais e a campanha pela desclassificação da homossexualidade como “desvio e transtorno sexual”, adotada pelo Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS). Contudo, a falta de um rumo ideológico mais concreto, problemas financeiros e dificuldades em conseguir novos membros levaram o Grupo SOMOS a entregar sua sede e encerrar as atividades em meados de 1984.
O Liceu de Artes e Ofícios de Pernambuco (LAOP) foi inaugurado em 1880 como sede da Escola de Ofícios e mantido pela Sociedade dos Artistas Mecânicos e Liberais de Pernambuco. A instituição ministrava aulas de desenho, arquitetura, aritmética e primeiras letras. A partir de 1961, a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) assumiu a direção e o patrimônio do LAOP, com a condição de manter o ensino e criar novos cursos profissionais. A instituição foi renomeada para Liceu Nóbrega de Artes e Ofícios e passou a funcionar em outro prédio. Atualmente, existe um projeto de restauro e requalificação do antigo complexo arquitetônico, localizado na Praça da República em Recife.
O Asilo de Alienados do Juqueri foi inaugurado em 1898, no atual município de Franco da Rocha, região metropolitana de São Paulo, por uma iniciativa do governo do estado. Teve como idealizador e primeiro diretor o médico psiquiatra Francisco Franco da Rocha, que buscou nas colônias agrícolas de reabilitação francesas a inspiração para o empreendimento. As obras, iniciadas em 1895, ocuparam uma área de 150 hectares, com projetos dos arquitetos Emílio Olivier e Francisco de Paula Ramos de Azevedo. No início de seu funcionamento, o Asilo Hospital de Juqueri possuía fama de excelência, atendendo não apenas aos cidadãos mais humildes como também pessoas da alta sociedade. No entanto, logo passou a ter problemas com o rápido crescimento do número de pacientes, ultrapassando a capacidade máxima pela primeira vez em 1909. Após mudanças de conduta que passaram a separar pessoas com doenças mentais daquelas condenadas e internadas por ordem judicial, o Asilo passou a denominar-se Hospital e Colônia de Juqueri, em 1929. Apesar disso, continuou enfrentando a superlotação, chegando a ter cerca de 14 mil internos entre os anos de 1960 e 1970. Na década de 1980, denúncias de maus tratos e desvios de verba eram frequentes. Por conta disso, nos anos seguintes, teve sua estrutura funcional redefinida, quadro de profissionais aumentado e o protocolo de confinamento abolido, optando-se pela não hospitalização, pelo atendimento ambulatorial e pela inserção na sociedade. Encerrou as atividades em 1 de abril de 2021, com a transferência dos nove últimos pacientes que ali viviam.
O Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) é uma instituição de pesquisa, assessoria e educação do movimento sindical brasileiro. Teve sua origem em 22 de dezembro de 1955, quando 20 dirigentes sindicais de São Paulo decidiram criar um órgão para assessoria técnica aos trabalhadores, além de desenvolver atividades de pesquisa e educação nos temas relacionados ao mundo do trabalho. Trata-se de entidade civil sem fins lucrativos, mantida pela contribuição das entidades sindicais filiadas, onde estão representadas todas as correntes do movimento sindical brasileiro. Possui abrangência nacional, com sede em São Paulo e escritórios regionais em 17 estados da federação.
O regimento de 13/10/1751 criou a Relação do Rio de Janeiro para atender às causas e requerimentos "dos povos da parte sul do estado do Brasil", pois devido à distância, a Relação da Bahia não os atendia de forma satisfatória. Sua criação reflete a transferência do centro do poder econômico para a região sul-sudeste da colônia, devido ao fluxo de ouro, diamantes e a necessidade da criação de um porto para a região, ficando a Relação da Bahia responsável pela região norte-nordeste. Este mesmo regimento estabelecia como sua atribuição "a mais reta e pronta administração da justiça". A relação era administrada pelo governador da capitania do Rio de Janeiro e composta pelo chanceler da relação e desembargadores. A partir de 1763, com a administração do Marques de Pombal a capital da colônia foi transferida para o Rio de Janeiro, tornando a Relação do Rio de Janeiro o órgão responsável por julgar os processos de primeira e segunda instância da região sul-sudeste, e o Desembargo do Paço como órgão de última instância, julgando os processos de toda a colônia. O alvará de 10/05/1808 estabeleceu que a Relação do Rio de Janeiro passava a denominar-se Casa da Suplicação do Brasil, sendo considerada como superior tribunal de justiça "para se findarem ali todos os pleitos em última instância". Em 18/09/1828 é criado o Supremo Tribunal de Justiça, substituindo o Tribunal da Mesa do Desembargo do Paço e a Mesa da Consciência e Ordens, como órgão de última instância, levando voltando a Relação do Rio de Janeiro a atuar órgão de primeira e segunda instância, até 1890, quando é criada a Corte de Apelação.
A história da Internacional Comunista teve início em 1864, quando foi criada a Associação Internacional dos Trabalhadores (AIT). Diversas organizações operárias dos países europeus integravam a Associação e seu principal líder era Karl Marx. A repressão e as crescentes divergências internas enfraqueceram a organização, que foi extinta em 1876. No ano de 1889, foi criada em Paris a II Internacional dos Trabalhadores. A doutrina marxista era seguida pela direção, mas coexistiam diferentes correntes do movimento operário em seu interior. Até a eclosão da Primeira Guerra Mundial em 1914, a luta contra a guerra foi uma das principais bandeiras da Internacional. Com o desenrolar do conflito, entretanto, as divergências vieram à tona e terminaram por enfraquecer a unidade da associação. Em 1919, logo após a vitória dos comunistas na Revolução Russa, foi criada a III Internacional, também chamada de Internacional Comunista ou Komintern. Seu principal objetivo era criar uma União Mundial de Repúblicas Socialistas Soviéticas. Dominada pelo Partido Comunista da União Soviética, a Internacional emitia diretrizes que deveriam ser seguidas por todos os seus filiados, inclusive o Partido Comunista do Brasil. Em 1943, em plena Segunda Guerra Mundial, a Internacional Comunista foi dissolvida com a finalidade de tranquilizar os aliados ocidentais da União Soviética.
Foi criada em 2018 para coordenador as áreas de Assessoria de Comunicação e Imprensa (Ascom) e pela Rádio e Televisão Unicamp (RTV). É o órgão de divulgação dos assuntos científicos, tecnológicos, culturais e institucionais da Universidade e pela mediação entre os veículos de comunicação e as fontes de informação na comunidade acadêmica.