O brasil é, por excelência, a terra da Cruz. Terra de "Vera Cruz", de "Santa Cruz", onde se encontra cruzes à beira das estradas, à frente das herdades e em cujo céu resplandece o Cruzeiro do Sul. O quadro nº 07 representa a Virgem que se concentra sob o firmamento refulgente de astros, imagem da infinita magestade de Deus, entre os quais a constelação do Cruzeiro destaca-se. Essa cruz, símbolo da Redenção em que Maria teve magna parte, assim rútila e triunfante, exprime uma apoteóse. A Corredentora apresenta-se cingida de estrelas de coroa de Rainha da Criação e também diadema pela vitória alcançada a par com o seu Divino Filho. Maria se abisma num pensamento de gratidão para com o onipotente que lhe concedeu tamanha glória A paisagem é típica. Do alto, as constelações derramam seu clarão suave sobre os campos silenciosos onde vivem os filhos da Virgem celestial. Só as águas tremeluzem como que agitadas pelo marulhar de um cântico perene à Maria que aqui está representada como "Virge
Sans titreO beija-flor é uma pedra preciosa, alada. Uma jóia viva. Um bando destas aves graciosíssimas revoa, festivo, em torno da Virgem que afaga uma delas entre suas mãos, cariciosamente. Nada melhor para exprimir a delicadeza de Maria. A confiança que estas aves, tão ariscas, experimentam junto de Maria compara-se àquela que anima as almas quando vão em busca dos seus maternais afagos. Por toda a parte reina o multicolorido dos cambiantes pássaros. Um tufo florido de manacás emblsamam o ar. A idéia expressa é: Virgem Suavíssima.
Sans titreNesta tela vê-se, a Virgem junto de um lago no qual vicejam ninféas denominadas Vitória-Régias que passam por ser as maiores flores da natureza. O seu "habitat" são as lagunas marginais dos grandes rios brasileiros. Há uma acentuada analogia entre a Virgem e estas flores que, assim opulentas e deliciosamente brancas, as mais ricas de toda a flora, desabrocham sobre as águas mortas, lodosas e, muitas vezes pestilenciais. Também Maria nascida na humanidade corrupta realizou o máximo da perfeição. A Virgem toma em suas mãos a flor gigantesca cujas pétalas se confundem com seus dedos. A cor do vestido aproxima-se do carmezim que tinge, levemente a flor. Os cabelos escorrem sinuosamente como as ondulações da água. A auréola é simplesmente o reflexo do sol sobre a tremulina do lago. Um lírio do brejo assoma acenando com a idéia de elevação, espiritualidade, pureza.
Sans titreMaria é um tipo feminino do planalto: esbelta, traços acentuados, trigueira, corada, saudável. "Morena filha do país do sul" como cantou o poeta. Forma o fundo do quadro a visão de uma cidade dinâmica, vasta, moderna, com seus arranha-céus e cartazes luminosos. Bem ao fundo avulta o Jaraguá lendário, todo verde como o sonho dos caçadores de esperanças. O céu é uma perspectiva sem fim de ondas de ouro como o caminho para o Eldorado. A Madona aqui deve ser tomada como um símile de São Paulo: forte, audaz, opulento, digno, moderno, ativo, empreendedor. Enfim, um poema de arrojo no passado e no presente. Um modelo de destemos com que bem se pode honrar a Maria essa "Mãe Intemerata" como a ladainha a enaltece. Nuvens diáfanas pendem da altura que dir-se-ia inspiradas no véu de Maria, e este na transparência da garoa. Tudo se dipõe numa glorificação à Nossa Senhora que apresenta ufana, seu Filho à "URB" tentacular de cima de um terraço.
Sans titreÀ entrada da Academia os estudantes marcavam encontro com as mucamas de suas amadas, para lhes enviarem presentes e recados transmitidos em cochichos, que só tinham por testemunhas as quitandeiras estacionadas ao longo do muro que cercava o velho convento fransciscano.
Sans titreAs amorosas filhas da Paulicéia confiavam ao sol poente, que tingia de ouro pálido as nuvens do céu, as dúvidas de seus amores à merce do destino. Numa varanda, à Ladeira de São Francisco, uma delas pensa assim: Voltará? Não voltará? Será constante? Esqueceu-se de mim?
Sans titreAs desilusões mataram os sonhos. As esperanças dissiparam-se. Nada! Lentamente desce a sombra sobre o Largo do Piques.
Sans titreA Série é formada por 27 telas pintadas a óleo denominadas: "Virgens e Madonas Brasileiras", pintads a óleo sobre tela, emolduradas em estilo, interprestando as invocações da Virgem através da etonografia brasileira e do simbolismo encontrado em sua natureza, de acordo com as instruções pontíficias nas medidas 72x55 cm e 65x45 cm.
A Virgem é representada por uma caboclinha adolescente que sustena, na mão, uma orquídea lilás: Catleya loddigesii ou Harrisonuiae, por exemplo. Essa orquídea é a mais generalizada de todas e viceja até mesmo nos sítios de vegetação franzina. A Virgem tem o olhar repassado de humildade e infunde aquela modéstia característica dos roceiros, de que a linda mas singela orquídea que ostenta serve de símbolo: porque é tão discreta na forma como na cor. Ao longe divisa-se uma paisagem campestre: choça de palha entre arvoredos enfezados. Moradia de gente obscura. O sol doura, no entanto, esse remanso. É a figuração de Maria, flor de humildade e simplicidade, amando sua santa pobreza, toda material; pois que iluminada pelo sol da graça sua alma exulta na mais intensa alegria interior, que se denuncia nos seus olhos.
Sans titreA obra diz respeito a floresta brasileira, equatorial, com seus troncos seculares a se perderem na altura, com suas frondas gigantescas formando cúpulas, com a sombra e o silêncio religiosos que reinam em seu seio, lembram um formidável santuário. Instila um profundo sentimento místico que mais arrebata ao considerar-se o imenso poder de quem traçou suas ciclópicas proporções. Ao lado da floresta amazônica a vastidão icomensurável do grande rio, sem fim, representado na tela a perder de vista, ainda mais aumenta a desproporção entre o homem e o gigantismo dessa natureza sem par e arrasta o pensamento para a contemplação do infinito. Foram estes sentimentos que inspiraram a "Virgem da Amazônia" representada por uma jovem indiazinha ensimesmada em íntima adoração. Ela pousa um olhar complacente sobre a incipiente povoação que surge margem do Rio-mar. Seu gesto exprime a insignificância do ser humano perante a possancia daquela natureza horcúlea. O mesmo sentimento que possui Maria ao c
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