João Luiz Machado Lafetá nasceu em Montes Claros, norte de Minas Gerais, em 12 de março de 1946, filho de José Carlos Lafetá e Maria da Conceição Machado Lafetá.
Concluiu os estudos primário e secundário em Montes Claros e Belo Horizonte e, em 1965, mudou-se para Brasília, onde se graduou em Letras Brasileiras pela Universidade de Brasília três anos mais tarde.
Após breve passagem pelo jornalismo (na sucursal de Brasília do “Diário de São Paulo”), foi monitor do curso “Oficina Literária”, ministrado pelo escritor Cyro dos Anjos na UnB entre 1967 e 1968. Lecionou na USP como instrutor voluntário, sem vínculo empregatício e sem remuneração, junto à disciplina “Introdução aos Estudos Literários” (1971 a 1973). Escreveu, entre 1975 e 1977, diversos artigos para o jornal “Movimento”, um dos órgãos alternativos de resistência à ditadura militar.
Ingressou na pós-graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada na USP, em 1969, onde foi aluno dos professores Antonio Candido, Paulo Emílio Salles Gomes, Ruy Coelho e Gilda de Mello e Souza, entre outros. Sob a orientação de Antonio Candido, concluiu o mestrado em 1973 com dissertação sobre a crítica e o Modernismo. Esse trabalho foi publicado no ano seguinte com o título “1930: a crítica e o Modernismo”, pela editora Duas Cidades. Obteve o título de doutor em 1980, com tese sobre a lírica de Mário de Andrade, que foi publicada pela Martins Fontes sob o título "Figuração da intimidade: imagens da poesia de Mário de Andrade", em 1986.
Convidado pelo professor Antonio Candido para integrar a equipe inicial de Teoria Literária do IEL/Unicamp em 1975, o professor Lafetá foi um dos responsáveis pela concepção dos currículos de Literatura Brasileira, Literatura Portuguesa e Teoria Literária do curso de Letras na Unicamp. Foi professor de Teoria Literária na Unicamp (1975 a 1979) e professor de Teoria Literária e Literatura Comparada na USP (1978 a 1996). Foi também professor visitante de Literatura Brasileira no Lateinamerika, Instituto da Universidade Livre de Berlim (1990 a 1991).
Em 1996, Lafetá termina o ensaio “O Modernismo: 70 anos depois”.
Faleceu em São Paulo no dia 19 de janeiro de 1996.
Edgard Cavalheiro nasce em Espírito Santo do Pinhal (SP), no dia 6 de julho de 1911, filho de Nicolau Cavalheiro e de Rosa Ferriani Cavalheiro.
Em 1925, conclui a quarta série primária no Grupo Escolar Dr. Almeida Vergueiro, em sua cidade natal. No primeiro semestre de 1927 estuda na Escola de Comércio Bento Quirino, em Campinas, e no segundo, na Escola de Comércio Álvares Penteado, na capital do Estado, cidade onde passa a residir juntamente com o pai, a mãe e seis irmãos após a falência do comércio da família. Abandona o terceiro ano do ginásio e deixa definitivamente de estudar, ao menos como aluno em instituição de ensino regular.
No início da década de 1930, após trabalhar na São Paulo Railway, Edgard Cavalheiro passa a atuar como funcionário do Banco do Estado de São Paulo e tem um de seus primeiros escritos publicados, o poema “Baile na roça”, em A Juventude, de Mogi Guaçu.
O ano de 1933 marca o início de um período de produção ininterrupta em periódicos, o que faz com que Cavalheiro não fique um só ano sem publicar ao menos um artigo na imprensa nacional.
No final dos anos de 1930, participa da constituição do “Grupo da Baruel”, um dos espaços de sociabilidade intelectual da cidade de São Paulo, que ensejou o surgimento do jornal literário “Roteiro: quinzenário de cultura”, de curta trajetória. Faziam parte do Grupo da Baruel, principalmente: Edgard Cavalheiro, Mário da Silva Brito, Jamil Almansur Haddad, Rossine Camargo Guarnieri e Fernando Góes.
No início dos anos de 1940, Edgard deixa o emprego no Banco do Estado para atuar no campo editorial, na Livraria Martins Editora, em São Paulo. Em 1940, publica seu livro de estreia: a biografia do poeta romântico Fagundes Varela, pela Livraria Martins Editora.
Em 14 de março de 1942 é fundada a Sociedade dos Escritores Brasileiros (SBE), e Edgard Cavalheiro compõe a Comissão de Distribuição de Livros e Controle de Vendas, da primeira diretoria da entidade. No mesmo ano, a Sociedade torna-se Associação Brasileira de Escritores (ABDE). Como integrante da Comissão de Direitos Autorais, em janeiro de 1945, Cavalheiro participa do 1º Congresso Brasileiro de Escritores.
Em 1943, passa a ocupar o cargo de gerente comercial da Livraria do Globo, do Rio Grande do Sul, na filial da capital paulista.
Em 1946, participa da fundação da Câmara Brasileira do Livro (CBL); em 1950 torna-se diretor e assume a presidência da entidade para o biênio 1955-1957. Durante sua gestão, ocorrem as discussões para a criação do prêmio literário Jabuti, realizado a partir de 1959.
Na metade dos anos de 1950, desliga-se da Livraria do Globo, auxilia na criação da editora Cultrix e funda sua própria editora na capital de São Paulo, a Companhia Distribuidora de Livros (CODIL), que dirige até sua morte.
Publica entre outros, as obras “Fagundes Varela” (1940), “Testamento de uma Geração” (1944), “Biografias e Biógrafos”, “Garcia Lorca, Evolução do conto brasileiro” (1952) e sua obra mais conhecida: “Monteiro Lobato - Vida e Obra” lançada em dois volumes em 1955. Sua obra escrita compreende oito livros de autoria própria, a participação em 51 obras de autoria coletiva, quatro traduções e cerca de 930 artigos em periódicos nacionais.
Falece em São Paulo no dia 30 de junho de 1958.
Jacob Kopel Rissin nasce em Recife, Pernambuco, no ano de 1929. Filho de Maurício Rissin e Elisa Rissin. Foi desenhista, cenógrafo, gravador e escultor. O artista tem trabalhos em diversas coleções particulares no Brasil e exterior, inclusive em museus como o do Palácio da Alvorada em Brasília, Museu de Belas Artes do Chile, Museu de Skopje na Iugoslávia, Museu de Arte Moderna do Vaticano, entre outros. Falece em 20 de junho de 2019, aos 89 anos de idade.
Antonio Mário Antunes Sette nasceu em Pernambuco. Casou-se com Neide Maria Durães Sette, com a qual teve três filhos. Sette, como é conhecido no meio acadêmico, formou-se Bacharel em Matemática pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPe) no ano de 1967. Fez seu mestrado na Universidade Estadual de Campinas, sob a orientação do Professor Newton Carneiro Afonso da Costa. Em 1977, doutorou-se pela Universidade de São Paulo, também sob a orientação do Professor da Costa. Iniciou sua atividade profissional em 1966, como professor da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Em 1968, foi contratado pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e logo depois, em 1969, pelo Instituto de Matemática Estatística e Ciência da Computação (IMECC) da Unicamp. Voltou à sua cidade natal, para lecionar na UFPe, a partir de 1971. Nessa Universidade, além das atividades acadêmicas, desempenhou também as funções de Vice-Coordenador de Pós-Graduação do Departamento de Matemática e de Chefe desse Departamento, ambos em 1979. Mas, em 1979 recebe um novo convite para lecionar na Unicamp, e aqui permanece até o seu falecimento.Foi orientando do Professor Leopoldo Nachbin, no Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), no Rio de Janeiro. E, quando esteve em Marseille, na França, na década de 70, trabalhou com o Professor R. Fraissé.Membro fundador da Sociedade Brasileira de Lógica (SBL), criada em 14 de fevereiro de 1979, foi seu primeiro Vice-Presidente, durante a gestão de 1979-1980 e Tesoureiro de 1981-1982.Em 1983, titulou-se Professor Livre Docente. Passou a ser membro do Centro de Lógica, Epistemologia e História da Ciência da Unicamp, em 1982.Na Unicamp exerceu alguns cargos administrativos, entre os quais destacamos o de Diretor e Vice-Diretor do IMECC, de 1984 a 1986, o de Presidente da Comissão Deliberativa do Vestibular, de 1986 a 1990 e o de Pró-Reitor de Graduação, no período de 1986 a 1990.Suas pesquisas e trabalhos foram nas áreas de Álgebra da Lógica, Teoria de Modelos, Método Algébrico em Teoria de Modelos, Aspectos Geométricos das Linguagens Lógicas, Traduções e/ou Interpretações entre Lógicas e Lógicas Não-Clássicas.O Professor Antônio Mario Sette integrava o Grupo de Lógica do CLE/ IFCH-Unicamp.
Participou de aproximadamente 20 Seminários e Simpósios, além de inúmeras participações em bancas examinadoras. Muitas de suas publicações foram com seus pares, dentre eles podemos citar: Ayda Ignez Arruda, Itala Maria Loffredo DOttaviano e Walter Alexandre Carnielli, os três da Unicamp, com Newton C. A. da Costa, Rolando Chuaqui, Xavier Caicedo e Daniele Mundici. O XIII Encontro Brasileiro de Lógica, ocorrido na Unicamp em maio de 2003, foi dedicado à sua memória. O Professor Xavier Caicedo, da Universidade de Los Andes-Colômbia, rendeu-lhe homenagens e destacou as atividades desenvolvidas por Mário Sette enquanto membro do CLE e os vários trabalhos que os dois realizaram na área de lógica.
Foi colaborador do jornal Le Monde, traduziu para o francês Memórias do Cárcere de Graciliano Ramos e Os sertões de Euclides da Cunha, em colaboração com Antoine Seel. Lecionou na Universidade de Provence, Montpellier e Toulouse. Foi professor convidado nas universidades de Princeton (USA), Paris I (Panthéon-Sorbonne)(França), Osaka (Japão), Universidad Nacional de Colombia (Medellín) e pesquisador da New York University (USA). Trabalha especialmente sobre os séculos XIX e XX. Entre seus livros estão: Música Final- ed. Unicamp; Ponto de fuga (Perspectiva); L'Atelier de Courbet (ed. Hazan, Paris); O corpo da liberdade (CosacNaify), editado no França sob o título de Le corps de la liberté (ELLUG, Grenoble, 2016)[2]. É colunista da Ilustríssima da Folha de S.Paulo e escreve para a revista Concerto. Junto com outros historiadores anima o blog de arte e cultura Amável Leitor.
Recebeu diversos prêmios, entre eles o "Florestan Fernandes" (CAPES), melhor orientador de tese em Ciências Humanas (2005) e o prêmio "Almirante Alvaro Alberto", do CNPq, em 2018. Foi Secretário da Cultura da cidade de Campinas. De 2013 a 2017, foi diretor do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp.
Escreveu o libreto da ópera O Menino e a Liberdade de Ronaldo Miranda baseado no conto de Paulo Bonfim que estreou em 2013 no Theatro São Pedro de São Paulo e O Espelho, de Jorge Antunes, baseado no conto homônimo de Machado de Assis, que estreou no mesmo teatro em 2017.
Peter Eisenberg nasceu na cidade de Nova York, Estados Unidos, em 1940. Graduou-se em Filosofia na Yale University, em 1961, e concluiu o mestrado em estudos hispano-americanos e luso-brasileiros pela Standford University, no ano seguinte. Doutorou-se em História da América Latina pela Columbia University, em 1969, com trabalho intitulado "The Sugar Industry of Pernambuco, 1850-1888". Iniciou sua carreira docente em Nova Jersey, onde lecionou de 1964 até 1975. Dividiu o final deste período com o cargo de Lecturer in History, na Univerty of the West Indies, e como Professor Assistente Doutor no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp, para onde se transferiu definitivamente em 1975, atendendo à docência, orientação e demais funções. Sua obra abraça o tema do trabalho escravo, especialmente a passagem do trabalho escravo para o trabalho livre. Foi autor de um clássico da história econômica e social brasileira: "Modernização Sem Mudança: a indústria açucareira em Pernambuco, 1840-1910", publicado pela editora Paz e Terra, em 1977.
Luiz Araújo foi um estudante de Filosofia da Universidade de São Paulo (USP) que atuou na liderança do movimento estudantil ligado às correntes trotskistas. Foi um dos responsáveis pela estruturação do Movimento Estudantil 1º de Maio (ME1M) como organização política, em 1969. Em novembro de 1970, o ME1M passou a adotar o nome de Organização Comunista 1º de Maio (OC1M). Em 1976, após um longo processo de negociação, ocorre a unificação desta com a Fração Bolchevique Trotskista (FBT), do Rio Grande do Sul, dando origem à Organização Socialista Internacionalista (OSI). Expulso da OSI em 1978, foi professor do instituto que viria a ser o campus da Unesp-Marília.
Zilco Ribeiro nasceu em Porto Alegre, onde viveu até os 18 anos. Aos 21 anos ingressou na Força Aérea Brasileira, onde conquistou a patente de Capitão Aviador e atuou como instrutor de voo até 1949. Iniciou sua carreira de produtor teatral com a Cia. Organizadora Teatral Cinematográfica Ltda., no Teatro Carlos Gomes, no Rio de Janeiro. Seu primeiro espetáculo foi “Quero Ver-Te de Perto” (1949), com Dercy Gonçalves, Oscarito, Renata Fronzi e o coreógrafo e dançarino Norbert. Terminada a temporada no Teatro Carlos Gomes, transferiu-se para Copacabana, onde passou a residir e ocupar o Teatro Follies, a partir de 1951. Logo tornou-se produtor independente e seguiram-se inúmeros espetáculos. Seus roteiros evidenciavam um grandioso elenco de vedetes cuja produção cuidava pessoalmente, com requinte nos figurinos e adereços. Foi considerado criador de um novo estilo no teatro musicado em forma de revista, aliando ao show de vedetes esquetes inspiradas nas novidades políticas da capital federal com um certo “humor elegante”. Em 1956, trabalhou em São Paulo, no Teatro Natal, na Avenida São João. Após excursionar pelo Brasil, montou em 1960 “O Samba Nasce no Coração”, espetáculo de sua criação, que reuniu a velha guarda do samba: Pixinguinha, Donga, João da Baiana, Ataulfo Alves, Ismael Silva, entre outros. Encerrou sua carreira em 1962 e viveu em Parati, Rio de Janeiro, até o seu falecimento.
Luiz Carlos Prestes nasceu em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, em 1898. Formou-se em engenharia na Escola Militar do Realengo. Era capitão do Exército quando participou do levante dos tenentistas no Rio de Janeiro, em 1922. Em 1924, licenciou-se do Exército e, em 1925, aliou-se aos dissidentes em Foz do Iguaçu com Miguel Costa e deram início à Coluna Miguel Costa-Prestes. Em 1927, com o final da Coluna, permaneceu em Puerto Suarez, na Bolívia, e recebeu o convite de Astrojildo Pereira para o ingresso no Partido Comunista Brasileiro (PCB), o qual foi recusado por Prestes. No ano seguinte, mudou-se para a Argentina e fundou a Liga de Ação Revolucionária (LAR), que acabou extinta alguns meses depois. Ainda em 1930, precisou mudar para o Uruguai. Em 1931, foi para a União Soviética e, em 1934, ingressou no PCB. No ano seguinte, retornou clandestinamente ao Brasil acompanhado da esposa, Olga Benário, a fim de promover uma revolta armada no país. Em 1936, o casal foi preso e Olga enviada para a Alemanha nazista. No campo de concentração deu à luz sua filha Anita e faleceu alguns anos depois. Luiz Carlos Prestes permaneceu preso, no Brasil, até 1945. No ano de 1943 foi eleito secretário-geral do Comitê Central do PCB e, em 1945, foi eleito senador, tendo seu mandato cassado em 1947, juntamente com o cancelamento do registro do partido. Passou a viver novamente na clandestinidade até 1958. Com o golpe militar de 1964 foi obrigado a voltar para a clandestinidade e, em 1971, exilou-se em Moscou com seus filhos e sua segunda esposa, Maria do Carmo Ribeiro. Só retornou ao Brasil em 1979, com a Lei de Anistia. Em 1980, desligou-se do PCB e registrou seus motivos na Carta aos Comunistas. Faleceu aos 92 anos de idade no Rio de Janeiro.
Paulo Roberto Ottoni nasceu no distrito de Sousas, interior do estado de São Paulo, em 23 de outubro de 1950. Graduou-se em Linguística (1972-1977) e Ciências Sociais (1972-1979) pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), e Licenciatura em Francês pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Oswaldo Cruz (1980-1984). Cursou mestrado (1983-1984) e doutorado (1985-1990) em Linguística pela UNICAMP. Durante o mestrado, foi professor de leitura em francês, além de ter trabalhado em um grupo de estudos do idioma pela mesma universidade. Entre 1995-1998, atuou como representante do Departamento de Linguística Aplicada do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da UNICAMP na comissão de graduação do mesmo instituto. Realizou seu Pós-Doutorado (1999-2000) na École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris, na França. De volta à UNICAMP, ingressou como professor associado e titular do IEL, atuando nas áreas de teoria, prática e ensino da tradução. Coordenou diversos projetos de pesquisa sobre leitura e tradução da obra do filósofo franco-argelino Jacques Derrida (1930-2004), entre os anos de 1997 e 2003. Nesse mesmo ano, recebeu o Prêmio de Reconhecimento Acadêmico "Zeferino Vaz" pela Universidade. Faleceu em 9 de fevereiro de 2007.