José Genésio Fernandes nasce numa região de roça chamada Barra, pertencente ao município de Maria da Fé, Minas Gerais, em 25 de agosto de 1946. É filho de Joaquim Fernandes Filho e de Julia de Souza Fernandes.
Como de costume na época, Genésio Fernandes passa a trabalhar na lavoura a partir dos seis anos de idade, ajudando os pais no plantio de itens para consumo da família. Na época, também os ajudava no trabalho que faziam para fazendeiros da região, com o objetivo de poderem comprar aquilo que não produziam.
Genésio Fernandes cursa seus estudos iniciais na escola rural Luiz Francisco Ribeiro. No final dos anos 50, missionários do Sagrado Coração passam férias na região da Barra, com um grupo de alunos. Genésio, a princípio, nega o convite para ir estudar com o grupo, mas, numa segunda visita, dois anos depois, muda de ideia e, em 1960, vai para Itajubá, Minas Gerais, estudar no Instituto Padre Nicolau. Nesse período, trabalha em teatro e faz pintura de cenário.
Em 1967, ainda sob a tutela dos missionários, segue para Pirassununga, São Paulo, para dar sequência aos estudos. É nesse ano que inicia sua trajetória nas Artes Plásticas, pintando pequenos cartões a guache, prosseguindo também no teatro.
Em 1969, termina o Curso Clássico. Em sequência, iria para Campinas, São Paulo, estudar Filosofia na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), mas é dispensado pelos missionários por ter um "gosto artístico muito acentuado" e por ter "dificuldade de cumprir regras e horários". Volta, então, para Itajubá, trabalhando como ajudante em uma churrascaria, como vigia em um colégio, e pintando paisagens para ajudar nas despesas. Nesse período, recebe ajuda de alguns clientes da churrascaria para pagar a taxa do vestibular e ingressa no curso de Letras da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Itajubá.
Em 1970, ganha uma viagem e a matrícula no Festival de Inverno de Ouro Preto, onde participa do curso Pintura-iniciação, obtendo, ao final do Festival, o primeiro prêmio. É contratado pelo estado de Minas Gerais para dar aulas no primeiro e segundo grau no município de Piranguinho, vizinho de Itajubá, onde permanece por quatro anos.
Em 1972, Genésio Fernandes conclui a graduação. Em 1974, passa em concurso e começa a trabalhar nas Escolas Polivalentes, em Minas Gerais. Entretanto, três anos depois, insatisfeito com o salário e com os atrasos no pagamento, decide - convidado por um amigo - ir para o Acre, a fim de trabalhar como gerente em uma empresa de eletricidade e de construção de estradas, permanecendo ali por dois anos. Começa, então, a trabalhar com Francisco Gregório Filho, no Departamento de Assuntos Culturais de Rio Branco, fundando com ele a primeira escolinha de arte do estado.
Em 1978, começa a ministrar aulas de Literatura Brasileira e Teoria Literária, na Universidade Federal do Acre (UFAC). Nessa época, participa ativamente da vida cultural de Rio Branco, escrevendo sobre pintores e organizando exposições. Em 1979, leva a primeira exposição de artistas do Acre para Brasília. Entre 1979 e 1982, muda-se para Recife, para fazer mestrado em Teoria Literária na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), escrevendo sobre Osman Lins. Nesse período, expõe no Centro de Artes da UFPE e na Galeria Três Galeras.
Em 1983, retorna ao Acre para dirigir o Campus Avançado de Xapuri, da UFAC. Envolve-se com questões sociais e com a luta do seringueiro, sindicalista e ativista ambiental Chico Mendes. Passa a sofrer perseguições políticas e, temendo as ameaças que vinha sofrendo, deixa a cidade. Retorna a Rio Branco para lecionar na UFAC, onde permanece até 1990. No ano seguinte, muda-se para Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e começa a ministrar aulas no curso de Letras e de Jornalismo da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). Ali, cria e edita a revista "Rabiscos de Primeira", destinada a publicações de trabalhos acadêmicos de alunos.
Em 1996, inicia o doutorado em Semiótica e Linguística Geral na Universidade de São Paulo (USP). Obtém, em concurso, uma bolsa para passar um ano em Paris. Entre setembro de 1998 e setembro de 1999, faz cursos na Ecole des Hautes Études en Sciences Sociales, Université de Paris VIII (Vincennes-Saint-Denis) e Université de Paris X (Nanterre). Em 2000, conclui o doutorado com a tese "Leitoras de Sabrina: usuárias ou consumidoras? (Um estudo da prática leitora dos romances sentimentais de massa)". Passa a ministrar aulas e realiza orientações na pós-graduação da UFMS até 2009, ano em que se aposenta e volta a morar na Barra, sua terra natal. Nessa região, atualmente ajuda a preservar uma floresta e continua pintando e desenhando.
Genésio Fernandes recebe, ao longo dos anos, os seguintes prêmios na área da Pintura: Primeiro Prêmio no Salão de Artes do Diretório Acadêmico da Escola de Engenharia de Itajubá - MG (1972); Terceiro Prêmio "Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso do Sul - FIEMS" no X Salão de Artes Plásticas de Mato Grosso do Sul (1997) e Segundo Prêmio "Governo do Estado de MS" no XI Salão de Artes Plásticas de MS (1998). Participa, também, de diversas coletivas, destacando-se: Pintores Acreanos em Brasília (1978); XII Salão de Artes Plásticas da UFPE, Recife (1981): Mestres e Contemporâneos; Galeria Rodrigues, Recife (1980); Galeria 3 Galeras, Olinda - PE; Galeria Sol, São José dos Campos - SP (1984); Galeria de Arte da UFAC, Rio Branco (1986) e XII Salão de Artes Plásticas de MS, Campo Grande (2001).
Individualmente, Genésio Fernandes expôs na Galeria do Hotel Chuí, Rio Branco (1977); Centro de Artes e Comunicação da UFPE; Galeria Rodrigues, Recife (1980); na Universidade da Flórida - EUA, em Miami, Gainesville e Telahasse (todas em 1987); Galeria de Arte da UFAC, Rio Branco (1991 e 1994). Em Campo Grande - MS, expôs: na Galeria do Banco do Brasil (1993); no Museu de Arte Contemporânea - MARCO (1995, 2003, 2004, 2007, 2009); na Morada dos Bais (1996); no Centro Cultural José Octávio Guizzo (2001); e Galeria do SESC - Horto (2002). Atualmente, Genésio Fernandes conta com mais de 130 obras no acervo do Museu de Arte Contemporânea do Mato Grosso do Sul - MARCO.