Showing 17773 results

Authority record
Nair Benedicto (1940- )
Person · 1940-

Nair Benedicto nasceu no dia 5 de janeiro de 1940, na cidade de São Paulo, filha de João Benedicto e Maria Meneghim Benedicto, sendo a mais nova entre sete irmãs e um irmão. Em 1967, já casada com o industrial francês naturalizado brasileiro, Jacques Emile Frederic Breyton (1921-2005), e mãe de três filhos, ingressou na segunda turma da faculdade de Comunicação Social, com habilitação em Rádio e Televisão, da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP). Em outubro de 1969, aos 29 anos, foi presa pela ditadura militar sob a acusação de praticar atividades subversivas junto à Ação Libertadora Nacional (ALN). Passou 40 dias encarcerada no Departamento Estadual de Ordem Política e Social (DEOPS) e mais nove meses no Presídio Tiradentes, local onde dividiu cela com outras opositoras do regime, entre as quais a ex-presidente Dilma Rousseff, fazendo parte do primeiro grupo de presas políticas da Torre das Donzelas, nome dado ao conjunto de celas femininas daquele presídio. Após ser libertada em julho de 1970, Nair Benedicto concluiu sua formação em Comunicação Social pela USP no ano de 1972, iniciando sua carreira profissional na capital paulista como realizadora de audiovisuais e fotógrafa freelancer do “Jornal da Tarde”. Contudo, na impossibilidade de apresentar um atestado de idoneidade moral e bons antecedentes, documento exigido à época para se trabalhar em veículos de televisão, acabou migrando definitivamente para a fotografia. Seu primeiro trabalho autônomo consistiu na documentação do cotidiano de migrantes nordestinos na cidade de São Paulo, sendo "Tesão no forró" (1978) uma das fotografias resultantes deste projeto.
Em 1979, fundou a Agência F4 de Fotojornalismo ao lado de Ricardo Malta e dos irmãos Juca e Delfim Martins. Primeira cooperativa de fotógrafos do Brasil, a F4 inseriu inovações importantes na área, como a autonomia dos profissionais em propor suas próprias pautas, além da possibilidade de manter o controle da produção e da distribuição de suas obras. Destacam-se duas publicações especiais da agência com fotografias suas: "A Greve do ABC" (1980) e "A Questão do Menor" (1980), que registraram aspectos da conjuntura política e social da época. Além disso, no final da década de 1980, Nair Benedicto foi comissionada pela UNICEF para documentar a situação de mulheres e crianças em países da América Latina, trabalho desenvolvido entre 1988 e 1989.
Após o encerramento das atividades da Agência F4 em 1991, criou o NAFoto (Núcleo dos Amigos da Fotografia), associação voltada para o estudo e debate da fotografia, junto de Stefania Bril, Rosely Nakagawa, Juvenal Pereira, Isabel Amado, Marcos Santilli, Rubens Fernandes Júnior e Fausto Chermont. Atuou como sua coordenadora geral até 1995, colaborando na organização de nove edições do "Mês Internacional da Fotografia", até 2011. Também em 1991, fundou sua própria agência, a N-Imagens, onde continuou trabalhando como fotógrafa, editora de audiovisuais e na divulgação de trabalhos de fotógrafos brasileiros. Além disso, dedicou-se à organização de exposições e ministrou cursos e palestras sobre fotografia em diversos estados do país.
Nair Benedicto cobriu uma vasta gama de temas, incluindo a construção da Transamazônica, documentação de povos indígenas como os Kayapó, Arara, Kaxinawá e Tembé, e o garimpo de Serra Pelada, no Pará. Entre seus trabalhos mais relevantes, destacam-se a ampla retratação da experiência feminina em suas múltiplas dimensões, reunindo registros que evidenciam a presença e a atuação das mulheres em diferentes contextos. Suas imagens percorrem desde as mulheres em condições de maternidade, prisão, prostituição e trabalho em suas rotinas e desafios cotidianos em diferentes regiões do Brasil e em países da América Latina, além de reflexões sobre a sexualidade feminina, como oficinas de conhecimento do corpo e autoexame ginecológico. Sua produção também documenta momentos de mobilização coletiva feminina, como debates sobre violência contra a mulher, marcha das mulheres, Congressos da Mulher Paulista, encontro de mulheres no Partido dos Trabalhadores (PT), passeatas pelo Dia Internacional da Mulher e das mães de desaparecidos na Argentina, entre outras manifestações.
Também retratou passeatas, movimentos sindicais e greves na década de 1980, reuniões e comícios do período de fundação do Partido do Trabalhadores (PT), a situação de menores internos da antiga Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor de São Paulo (FEBEM), personalidades e acontecimentos da política nacional, além de festas populares, religiosas e manifestações culturais de diversas regiões do Brasil. Entre os prêmios que recebeu ao longo de sua carreira, destacam-se o primeiro prêmio no concurso "A Cidade é Também sua Casa" (1977), promovido pela Secretaria de Planejamento e Economia do Estado de São Paulo; o Prêmio Embratur (1984); o 11º Prêmio Abril de Jornalismo (1985); e o prêmio de Melhor Fotorreportagem de Turismo da Varig/Revista Ícaro (1998). Em 2015, foi premiada no concurso Revela Bertioga. Suas obras foram publicadas em diversas revistas nacionais (“Veja”, “IstoÉ”, “Marie Claire”, “Ícaro”) e internacionais (como a “Stern”, da Alemanha, na qual "Mulheres do Sisal" (1985) foi publicada pela primeira vez; além de “Paris-Match”, “Newsweek”, “Time” e “Geo-Magazine”). Lançou livros como "As Melhores Fotos de Nair Benedicto" (1988) e "Vi Ver – fotografias de Nair Benedicto" (2012), uma compilação de sua carreira.

Person · 1926-1992

Natural de Niterói-RJ, Sérgio Pereira da Silva Porto (1926-1979) se formou em Química pela Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1947 e tornou-se Ph.D pela Johns Hopkins University de Baltimore (EUA), em 1954. Passou um período no Brasil ao lecionar no Instituto de Tecnologia de Aeronáutica (ITA), quando regressou aos Estados Unidos para atuar no Bell Laboratories. Foi professor de física e engenharia elétrica na University of Southern Califórnia, em áreas de eletrônica quântica e espelhamento de luz. Aprimorou pesquisas em laser e participou de grandes projetos mundiais. O convite de Zeferino Vaz, reitor e fundador da Unicamp, para integrar o corpo docente do Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW) veio em 1972 e fez, após negociações com o Ministério do Planejamento, Sérgio Porto voltar ao seu país natal. Na Universidade, liderou estudos sobre a aplicação do laser, dando origem ao Departamento de Eletrônica Quântica. Porto focou em pesquisas sobre aplicações do laser em oftalmologia, otorrinolaringologia, ginecologia e cardiologia. Foi membro da Academia Brasileira de Ciências (ABC) e da American Physical Society (APS).

José Tadeu Jorge
Person · 1953

José Tadeu Jorge nasceu em Santa Adélia (SP) em 1953. Graduou-se em Engenharia de Alimentos na Unicamp (1975), onde também fez mestrado em Tecnologia de Alimentos, em 1977, e doutorado em Ciências de Alimentos em 1981. Suas pesquisas foram focadas na área de tecnologia pós-colheita, em que estuda produtos minimamente processados, armazenamento de produtos agrícolas e propriedades físicas de materiais biológicos. Foi diretor da Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI) entre 1987 a 1991, diretor-executivo da Funcamp de 1990 a 1992, chefe de gabinete da Reitoria de 1992 a 1994 e pró-reitor de Desenvolvimento Universitário de 1994 a 1998. Entre 2002 a 2005 esteve à frente da Coordenadoria Geral da Universidade, quando sucedeu Carlos Henrique de Brito Cruz como reitor da Unicamp. Tadeu foi reitor da Universidade por dois mandatos, de 2005 a 2009 e de 2013 a 2017. Em 2021, assumiu como Secretário de Educação da Prefeitura Municipal de Campinas.

José Martins Filho
Person · 1943-

O médico e professor José Martins Filho é internacionalmente reconhecido na área de pediatria, com foco em neonatologia, nutrição infantil e aleitamento materno. É membro da Academia Brasileira de Pediatria e com diversos prêmios e obras publicadas, o professor começou sua carreira na Unicamp em 1968, após concluir a graduação na USP. Eram os primórdios do curso de medicina, que ainda funcionava nas dependências da Santa Casa de Misericórdia de Campinas, até a estrutura do campus próprio ficar pronta. Pioneiro na constituição do curso, Martins participou da criação do Departamento de Pediatria. Na FCM, o professor assumiu atividades administrativas, como chefe do Departamento de Pediatria, presidente da Comissão de Pós-Graduação em Pediatria, presidente do Conselho de Administração do Hospital de Clínicas, vice-diretor e, em seguida, diretor da unidade, cargo que exerceu entre 1988 e 1990. Na sequência, ocupou a Coordenadoria Geral da Unicamp (CGU), até chegar a reitor, cujo período de gestão foi entre 1994 e 1998. Martins é professor emérito da Unicamp desde 2010 e segue como pediatra clínico, especialista em recém-nascidos e aleitamento materno.

CARVALHO, Flávio de Rezende
Person · 10/08/1899 - 04/06/1973

Flávio de Rezende Carvalho nasce em Amparo da Barra Mansa, RJ, em 10 de agosto de 1899, filho de Raul de Rezende Carvalho e de Ophélia Crissiuma. No ano seguinte, muda-se com a família para São Paulo, onde, a partir de então, fixam residência.

Inicia seus estudos em 1907, na Escola Americana de São Paulo. Em 1911, durante uma viagem pela Europa com sua família, é colocado em regime de internato no Lycéé Janson de Sailly, Paris. Em 1914, por ocasião do início da primeira guerra, fica retido na Inglaterra e inscreve-se, então, no Claphan College, em Londres. No ano que segue, matricula-se no Stonyhurst College em Blackburn, para estudar Filosofia. Ingressa, no Armstrong College, da Durham University em Newcastle-upon-Tyne, para estudar Engenharia, e matricula-se também no curso noturno da King Edward VII School of Fine Arts. No ano de 1922, forma-se em Engenharia Civil pela Durham University, abandona o curso de Artes e regressa para o Brasil.

Realiza em 1924 o projeto para a casa da Fazenda Pinheiros, em Valinhos, São Paulo, seu primeiro projeto pessoal. Em 1926, faz alguns trabalhos como ilustrador colaborador do "Diário da Noite", de São Paulo, onde trava conhecimento com Di Cavalcanti. Apresenta em 1927 seu polêmico projeto Eficácia para o concurso do Palácio do Governo de São Paulo.

Através de Mario de Andrade e de D. Olívia Guedes Penteado, trava os primeiros contatos com o Grupo Modernista de São Paulo.

Em 1931, realiza o que chama de "Experiência nº 2", ao caminhar em sentido contrário e usando chapéu numa procissão de Corpus Christi. Sob a ótica da psicologia das massas, Flávio descreve a sensação de linchamento a que foi submetido no livro "Experiência nº 2: realizada sobre uma procissão de Corpus Christi".

Em 1933, funda o Teatro da Experiência e escreve a peça "O Bailado do Deus Morto", mas não consegue encená-la, pois o teatro é fechado pela polícia. No ano seguinte participa do Primeiro Salão Paulista de Belas Artes e realiza sua primeira mostra individual, que também é fechada pela polícia, sendo cinco de seus quadros apreendidos.

Participa da fundação do novo grupo modernista de São Paulo, o "Quarteirão", com Oswald de Andrade, Paulo Emilio Salles Gomes, Décio de Almeida Prado, Afrânio Zuccoloto e Vera Vicente de Azevedo.

Em 1936, lança seu livro "Os Ossos do Mundo", onde reúne suas impressões da viagem que fizera à Europa dois anos antes.

Em 1942, publica a série "Rumo ao Paraguai".

Sua mãe, Ophélia Crissiuma de Carvalho, falece em 1947. Na ocasião, ele pinta sua famosa "Série Trágica", que é composta por desenhos que mostram sua mãe no leito de morte. Neste ano, realiza uma exposição individual no Museu de Arte de São Paulo, onde também pronuncia uma tumultuada conferência sobre o tema "Os Problemas da Pintura e do Pintor, do Ponto de Vista do Pintor".

Participa, em 1951, da Primeira Bienal de São Paulo e do Primeiro Salão Paulista de Arte Moderna. Em 1956, realiza a sua "Experiência nº 3", que foi a criação e lançamento nas ruas de São Paulo do New Look, um traje de verão para homens composto de blusão e saiote com sandálias. Faz, logo em seguida, exposição individual em Roma onde apresenta novamente o seu New Look, e recebe o apoio de Alberto Moravia e de Giuseppe Ungaretti.

No ano que se segue, inicia a publicação da série "Notas para a Reconstrução de um Mundo Perdido" e "Os gatos de Roma" no "Diário de São Paulo". Participa, ainda nesse mesmo ano, da "Mostra de Arte Moderna Brasileira", no Museu Nacional de Belas Artes de Buenos Aires, e é recusado pelo júri da IV Bienal e, gerando polêmica, organiza uma mostra paralela, intitulada "Doze Artistas de São Paulo", no saguão do prédio dos jornais do grupo Folha. O Museu de Arte Moderna de Nova Iorque adquire 3 obras suas: "Retrato de Pablo Neruda", "Retrato de Carvalhal Ribas" e "Três Mulheres". No ano de 1958, sua obra, "Retrato de Giuseppe Ungaretti", é incorporada ao acervo da Galeria Nacional de Roma, e o museu de Arte Moderna de Paris adquire uma de suas obras, "Retrato de Paul Rivet".

No ano que se segue, 1959, ele realiza um projeto arquitetônico para a Assembleia Legislativa de São Paulo e projeta cenários para a peça "Calígula" de Albert Camus, no Teatro das Bandeiras, sob a direção de Jean Luc Descaves.

Na década seguinte (1964), realiza mostra individual na Art Galeria e pronuncia uma conferência sobre o tema "O Bailado do Deus Morto" e "Motivos que Levam ao Abandono de Deus".

Em 1968, uma de suas obras é adquirida pelo Pushkin Museum de Moscou.

No ano de 1973, é publicado seu livro "A Origem Animal de Deus" e "O Bailado do Deus Morto". Nesse mesmo ano, em decorrência de um derrame, vem a falecer no dia 4 de junho, na cidade de Valinhos.

OSAKABE, Haquira
Person · 01/07/1939 - 13/05/2008

Haquira Osakabe nasce em Ribeirão Preto, interior de São Paulo, no dia primeiro de julho de 1939. É filho dos imigrantes japoneses Takeshi Osakabe e Eiko Osakabe (nascida Eiko Yoshida), que chegaram ao Brasil em 1934.

Apesar dos pais terem estudado no Japão (o pai era farmacêutico e a mãe, professora primária), o destino inicial do casal no Brasil foi uma fazenda de café no município de Guararapes, SP. Por volta de 1936, antes de terminar o período de seu contrato de trabalho, a família se muda para a cidade de Ribeirão Preto, SP. No local, abrem uma escola de japonês para atender aos filhos da colônia japonesa na região. Posteriormente, essa escola é transformada em pensionato.

É em sua cidade natal que Haquira Osakabe estuda no internato Mosteiro dos Beneditinos, cursando o ginasial no Colégio Moura Lacerda e o normal no Instituto de Educação Otoniel Mota. Em 1969, forma-se no curso de Letras Vernáculas, da Universidade de São Paulo (USP). No ano seguinte, aceita uma bolsa para estudar na França, ao lado de Carlos Franchi, Rodolfo Ilari e Carlos Vogt, grupo formado de forma a seguir um projeto idealizado pelo filósofo Fausto Castilho, que visava organizar a área de Ciências Humanas na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). O projeto englobava, ainda, o projeto para formação de um Departamento de Linguística na mesma Instituição.

Em 1970, Haquira Osakabe licencia-se em Linguística pela Université de Franche Comté, em Besançon, instituição em que, no ano seguinte, faz o mestrado sob a orientação de Jean Peytard, com o título "Recherches sur l'Analyse du Discours". De volta ao Brasil, assume o cargo de Professor Assistente na UNICAMP, onde já era contratado desde 1969 (sendo Auxiliar de Ensino e Instrutor durante o período em que estudou em Besançon).

Em 1972, publica a tradução realizada em conjunto com Isidoro Blinkstein da obra "Semântica estrutural", de A. J. Greimas. Em 1976, obtém o doutorado em Linguística na UNICAMP, com a tese "O componente subjetivo no discurso político", publicada dois anos depois sob o título "Argumentação e discurso político". Entre 1977 e 1978, publica, em conjunto com Marisa Lajolo e Francisco Platão Savioli, os três volumes de "Caminhos da linguagem", livro didático voltado para o ensino de língua portuguesa no segundo grau. Em 1979, publica a tradução e adaptação do livro "Usos da linguagem" de Francis Vanoye, realizada em conjunto com outros pesquisadores, sob sua coordenação.

Em 1982, retorna à Université de Franche Comté, em Besançon, para fazer um pós-doutorado em Análise do Discurso. Nesse mesmo ano, passa a fazer parte do Departamento de Teoria Literária do Instituto de Estudos da Linguagem (IEL/ UNICAMP), participando da fundação do Núcleo de Estudos de Culturas de Expressão Portuguesa e da criação da revista "Estudos Portugueses e Africanos". Haquira Osakabe participa do conselho editorial dessa revista desde o seu primeiro número, em 1983, coordenando-a ao lado de Adma Muhana, de 1996 até o encerramento da revista, em 2004.

Em 1985, realiza pós-doutorado em Literatura Portuguesa na Universidade de Lisboa. Em 1990, prefacia a obra "Relato autobiográfico", de Akira Kurosawa, lançada no mesmo ano. Entre 1991 e 1992, é professor visitante do Departamento de Português na Georgetown University. Em 1993, prefacia a obra "Livro do Desassossego", de Fernando Pessoa, lançada no mesmo ano. Em 1995, realiza a revisão literária e a escrita da apresentação da obra "Contos", de Oe Kenzaburo, publicada no mesmo ano. No ano seguinte, realiza a revisão literária do livro "Contos da chuva e da Lua", de Ueda Akinari. Estes dois últimos livros foram editados pelo Centro de Estudos Japoneses, da USP.

Haquira Osakabe se aposenta em 1997, mantendo, no entanto, diversas atividades de orientação e pesquisa em sua área de atuação. Em 1999, faz pós-doutorado sobre Fernando Pessoa, na Universidade Nova de Lisboa. No primeiro semestre de 2001, ministra disciplina sobre modernismo brasileiro e português na pós-graduação da University of California, em Los Angeles. Em 2002, lança "Fernando Pessoa: resposta à decadência". No primeiro semestre de 2005, ministra um curso sobre Fernando Pessoa e sua geração na pós-graduação da University of California, em Berkeley. Participa do conselho editorial da coleção "Ensaios", da Editora Ática, e da coleção "Ciência da Abelha", da Max Limonad, também coordenando, desde sua criação, na década de 1980, as coleções "Poetas do Brasil" e "Texto e Linguagem", da Martins Fontes.

Os trabalhos mencionados acima não esgotam a produção de Haquira Osakabe, que deixou inúmeros artigos em jornais brasileiros e em revistas acadêmicas, englobando diversas áreas: Análise do Discurso, Linguística, Ensino de Literatura, Ensino e Leitura no Brasil, Cinema, Política, Literatura Portuguesa, Literatura Brasileira e Cultura Japonesa.

Haquira Osakabe falece no dia treze de maio de 2008.

Person · 24/07/1890 - 11/07/1969

Filho de Estevão de Araújo Almeida, jurista e professor de Direito, e Angelina de Andrade Almeida, Guilherme de Andrade e Almeida nasce em 24 de julho de 1890, na cidade de Campinas, SP.

Guilherme de Almeida divide os primeiros anos da infância entre a cidade natal, Limeira, Araras e Rio Claro, onde realiza os estudos primários. Em 1903, muda-se com a família para São Paulo. Ali, estuda no Colégio de São Bento e no Ginásio Nossa Senhora do Carmo, dos Irmãos Maristas, antes de ingressar na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, formando-se em 1912. Na esfera profissional, atua como promotor público em Apiaíe, em Mogi-Mirim, durante um breve período. Em 1914, retorna à capital paulista para trabalhar com o pai, dedicando-se a essa tarefa até o ano de 1923.

Em 1916, Guilherme de Almeida estreia na literatura com as peças "Mon Coeur Balance" e "Leur Âme", escritas em parceria com Oswald de Andrade. Nesse mesmo ano, começa a escrever para jornais de São Paulo e do Rio de Janeiro e, no ano seguinte, publica seu primeiro livro de poemas: "Nós". Até 1922 - ano em que participa da realização da Semana de Arte Moderna, ao lado de Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Di Cavalcanti e Menotti del Picchia, entre outros - publica mais sete trabalhos: "A Dança das horas" (poesia, 1919); "Messidor" (poesia, 1919); "Livro de horas de Sóror Dolorosa" (poesia, 1920); "Natalika" (prosa, 1921); "Scheherazada" (ato em versos, 1921); "Narciso - a flor que foi um homem" (poesia, 1921) e "Era uma Vez..." (poesia, 1922). Foi um dos fundadores da revista "Klaxon" (porta-voz do movimento inaugurado com a Semana), integrando a equipe de editores e criando a capa do periódico.

Em 1923, Guilherme de Almeida casa-se com Belkis Barroso do Amaral (Baby) e se muda para o Rio de Janeiro, onde permanece até 1925. Nesse ano, publica quatro livros de poemas: "Narciso"; "Encantamento"; "Raça"; e "Meu". Também em 1925, viaja para o Rio Grande do Sul, Pernambuco e Ceará, divulgando os ideais estéticos do movimento modernista através de artigos e conferências, a exemplo da "Revelação do Brasil pela poesia moderna".

Em 1926, ano de falecimento do seu pai, Guilherme de Almeida publica os livros de ensaio "Do Sentimento nacionalista na poesia brasileira" e "Ritmo, elemento de expressão". Dois anos depois, é eleito para a Academia Paulista de Letras, sucedendo seu pai na cadeira de nº 22. Em 1929, publica um novo livro de poesia, "Simplicidade". No ano seguinte, é eleito para a cadeira de nº 15 da Academia Brasileira de Letras, na vaga de Amadeu Amaral, sendo recebido por Olegário Mariano.

Em 1931, publica "Você" (poesia) e "Poemas escolhidos". No mesmo ano, torna-se co-proprietário dos jornais paulistas "Folha da Noite" e "Folha da Manhã", onde mantém a coluna "Sombra Amiga" até a mudança de propriedade do jornal, em 1945. Em 1932, lança "Cartas que eu não mandei" (poesia, 1932) e "Nova bandeira" (1932). Participa da Revolução Constitucionalista, lutando na cidade de Cunha, SP, mas é preso e exilado em Portugal, onde permanece até o ano seguinte. Esse período dá origem às crônicas reunidas no livro "O meu Portugal", publicado em 1933.

Ainda nos anos de 1930, publica mais um livro de poesia, "Acaso" (1938). Na década seguinte, são editadas as obras: "Cartas do meu amor" (poesia, 1941); "Estudante poeta" (teatro, em parceria com C. J. Barcelos, 1943); "Tempo" (poesia, 1944); "Poesia varia" (poesia, 1947); "Gonçalves Dias e o Romantismo" (conferência, 1948); "Joca" (poesia, 1948); e "Histórias talvez" (crônicas, 1949). Nos anos de 1950, publica "O anjo de sal" (poesia, 1951), "Toda poesia" (1952, em seis volumes), "Acalanto de Bartira" (poesia, 1954), "Camoniana" (poesia, 1956) e "Pequeno Romanceiro" (poesia, 1957).

Em 1959, Guilherme de Almeida é eleito "Príncipe dos Poetas Brasileiros", um concurso patrocinado pelo jornal "Correio da Manhã", por meio da seção "Escritores e livros", sendo escolhido por um "colégio eleitoral" de cerca de mil componentes. Em sua última década, lança: "A rua" (poesia, 1961); "Cosmópolis" (poesia, 1962); "Rosamor" (poesia, 1966); e "Os sonetos de G. A." (poesia, 1968).

Guilherme de Almeida distingue-se também nas atividades de heráldica e tradução. Na primeira, é criador dos brasões-de-armas de São Paulo (SP), Petrópolis (RJ), Volta Redonda (RJ), Londrina (PR), Brasília (DF), Guaxupé (MG), Caconde, Iacanga e Embu (SP). Na segunda, destaca-se a tradução dos poetas Paul Géraldy, Rabindranath Tagore, Charles Baudelaire, Paul Verlaine e da obra "Huisclos"("Entre Quatro paredes"), de Jean Paul Sartre. Além das produções citadas, destacam-se ainda um extenso trabalho jornalístico, a exemplo: da redação de "O Estado de São Paulo"; direção da "Folha da Manhã" e da "Folha da Noite"; fundação do "Jornal de São Paulo"; e redação do "Diário de São Paulo". Entre seus escritos nesse gênero, salienta-se também a coluna "Cinematographos", pioneira da crítica cinematográfica no Brasil, mantida no jornal "O Estado de S. Paulo", entre as décadas de 1920 e 1940.

Guilherme de Almeida falece em onze de julho de 1969, em sua casa, conhecida como a "Casa da Colina", onde residia desde 1946. Na década de 1970, a residência foi adquirida pelo Governo do Estado de São Paulo, que a transformou no museu biográfico e literário Casa Guilherme de Almeida, inaugurado em 1979. Hoje, a Instituição abriga também um Centro de Estudos de Tradução Literária.

Corporate body · 1972 -

O GEL - Grupo de Estudos Linguísticos do Estado de São Paulo - é fundado juridicamente em maio de 1972. Congregando professores das áreas de Linguística, Língua Portuguesa, Linguística Românica, Língua Latina, Línguas Estrangeiras e de outras disciplinas, tanto da rede de ensino público superior quanto do ensino particular do Estado de São Paulo, tem como principal objetivo promover a melhoria do ensino e desenvolver pesquisas linguísticas.

Convocado pelo Prof. Dr. Isaac Nicolau Salum, o primeiro encontro do GEL ocorre em janeiro de 1969, quando alguns professores de Linguística Geral, Românica e Portuguesa se reúnem para discutir a constituição de um grupo de estudos de Linguística. Na ocasião, o Prof. Dr. Ataliba T. de Castilho propõe que estudassem a possibilidade de constituição de um grupo informal de professores universitários e alunos de pós-graduação. O principal objetivo do grupo seria discutir em seminários semestrais assuntos de interesse comum, tais como problemas suscitados pelo estudo e ensino da Linguística, veiculação de informação científica, promoção conjunta de pesquisas linguísticas, organização do trabalho intelectual etc. Após aprovação da proposta, é eleita a seguinte diretoria: Prof. Dr. Ataliba T. de Castilho (presidente), Prof. Dr. Cismar Teodoro Paes (secretário) e Prof. Dr. Francisco da Silva Borba (tesoureiro).

Em junho de 1969, é realizado o primeiro Seminário do GEL, na cidade de Araraquara. Os Seminários aconteceram de forma semestral até o ano de 1991, quando, durante a 11ª Assembleia Geral, foi decidido que a partir daquela edição os seminários seriam realizados com periodicidade anual. A maior parte da produção desses seminários encontra-se registrada em Anais, publicados ininterruptamente desde 1978. Até o volume 23, publicaram-se todos os trabalhos apresentados nos Seminários; a partir do volume 24, em 1995, passou-se a publicar apenas os trabalhos selecionados pelo Conselho Editorial. Desde 2001, tais artigos vêm sendo publicados em CD-ROM.

Em 2002, durante o 50º Seminário, paralelamente aos tradicionais Estudos Linguísticos - Anais dos Seminários do GEL, é lançado mais um canal de divulgação periódica da produção acadêmica do Grupo: o nº 0 da Revista do GEL, um número especial em memória do Prof. Carlos Franchi (1932-2001).

Antonio Carlos Neder
Person

De meados de 1981 ao início de 1982 a Unicamp passou por um período de grave crise institucional que ficou conhecido como "A Intervenção". Decretada pelo então Governador Paulo Salim Maluf, gerou grave crise na Unicamp impedindo que se realizasse a primeira tentativa de eleição direta para reitor na universidade. Através de ato assinado pelo reitor Plínio Alves de Moraes, foram exonerados oito dos principais diretores de faculdades e institutos da Unicamp e nomeados interventores para ocuparem seus lugares. Interessava ao governador nomear homens de seu grupo político. Esse fato originou grave crise institucional que ameaçou não só as eleições diretas, mas também as pesquisas científicas em desenvolvimento na Universidade. Em abril de 1982, o reitor José Aristodemo Pinotti, baixa portaria que anula a “Intervenção”

Untitled
Corporate body

ISAD(G), Conselho Internacional de Arquivos, 2. ed.