Carta de Jessie Jane a Colombo Vieira dizendo que está deprimida e doente, além de sentir-se cansada por estar constantemente deitada. Fala sobre o cubículo em que está: pequeno e não lhe permite movimentar-se muito. Diz suspeitar de boicote de correspondências, além de estar sendo privada de visitas aos sábados. Apesar de tudo demonstra resistência e encoraja o companheiro.
Jessie Jane Vieira de SouzaTextual
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Carta de Jessie Jane a Colombo Vieira falando da tristeza com sua transferência da aeronáutica e de estar longe de Colombo que encontra-se em um alojamento coletivo que, no entanto, segundo Jessie, é preferível à Ilha Grande. Diz que apesar da bagunça, Colombo deixou muito de si nos objetos da cela e que todas gostaram da presença dos colegas no presídio e dos objetos que deixaram. Jessie diz ter recebido livros e roupas que Colombo deixou.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Colombo Vieira à Jessie Jane falando do “encontro relâmpago” entre os dois, da transferência de Aton para o julgamento e de sua preocupação quanto à demora no tratamento de Jessie.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Jessie Jane à Colombo Vieira em que conta sobre sua situação no presídio, a convivência com doentes mentais, além do racionamento de água.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Colombo Vieira à Jessie Jane falando do clima de tensão na prisão, da reunião de rotina para distribuição de tarefas, da chegada de outros 9 companheiros e o sentimento de alegria e preocupação com os problemas gerados pelas más condições estruturais do presídio. Apesar das notícias de jornais sobre transferências de presos e envio de comissões de Constituintes, na prática nada ocorre. Persistem os problemas de superlotação e falta de cuidados com os presos doentes. Fala do aniversário da esposa e sobre carta recebida de Jessie em 30/03. Diz ser solidário ao “furacão Fifi” (Norma) e que o aumento populacional no presídio da esposa serve para “aumentar a descontração”. Colombo está febril e com garganta inflamada. Despede-se carinhosamente.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Jessie Jane a Colombo Vieira falando da rotina no presídio, de amor e parabenizando o marido pelo seu aniversário.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Colombo Vieira à Jessie Jane na qual demonstra-se carinhoso e fala sobre suas tarefas no presídio. Diz ter acompanhado a classificação das escolas de samba e relembra uma viagem de ambos no ano de 1970. Comenta suas leituras de Julio Cortázar e sobre o longo tempo que estão sem se ver (aprox. 1 ano). Diz ter planejado viagem à Capetiba com Jane e amigos e faz brincadeiras a respeito de Niterói e Caratinga. 1 linha censurada.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Jessie Jane a Colombo Vieira contando sobre sua ida ao hospital para a realização de exames e comentando sobre suas leituras recentes.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Colombo Vieira à Jessie Jane dizendo como foi doloroso ser transportado do presídio onde ela estava e onde tinham possibilidade de se encontrar. Diz tê-la olhado do camburão até não conseguir vê-la nitidamente. Diz que assim que chegou, receberam visita do diretor da DESIPE e do diretor da cadeia e que estes comunicaram que as obras durarão 4 meses e que a vinda dos presos de Ilha Grande será adiada por causa da vinda do “pessoal do Partido Comunista”. Pedido de audiência com o diretor para tratar dos problemas do presídio. Fala da banda de música que montaram no presídio e de como a rotina está aos poucos se acertando. A preocupação, no entanto, é com os companheiros de Ilha Grande e os que estão no PP, e que não foram transferidos. Comenta sobre a greve de fome dos presos comuns por reivindicações. Faz considerações sobre o cotidiano dos presos comuns e a situação social que os favorece a cometer delitos. Fala da insatisfação da classe média em desejar bens de consumo e viver marginalizada. Fala da vida de ambos em liberdade (9 meses) e em cárcere (5 anos). Mais adiante, fala da chegada de companheiros do presídio de Ilha Grande.
Jessie Jane Vieira de SouzaCarta de Colombo Vieira à Jessie Jane falando das visitas de sua irmã e de sua mãe. Comenta sobre a reformulação do espaço na cadeia destinado aos presos políticos e o fato de que muitos presos comuns ainda estão enquadrados pela Lei de Segurança Nacional. Cita alguns filmes que assistiu pela televisão, fala de seu novo companheiro de cela (Gerônimo) e sobre colegas condenados e seus respectivos julgamentos.
Jessie Jane Vieira de Souza